BRASILEIROS E AS REFORMAS DE CONSCIÊNCIA
Economia

BRASILEIROS E AS REFORMAS DE CONSCIÊNCIA



Em cinco de outubro de 1988, depois de um período marcado pelo autoritarismo, foi promulgada a sétima Constituição Federal do Brasil.

A nova carta magna reordenou a democracia no país porque fixou os direitos e garantias fundamentais, individuais e coletivos. Educação, saúde, alimentação, moradia foram grifados como direito “líquido e certo”.

O tempo passou e, depois de decorridos vinte e seis anos, muitos daqueles direitos relacionados no ordenamento jurídico representam, ainda hoje, apenas formalização, visto que não são absorvidos no cotidiano dos cidadãos.

Coincidências a parte, no mesmo dia cinco de outubro deste ano, os brasileiros irão às urnas decidir o futuro da nação, através do exercício do direito ao voto. Serão aproximadamente cento e quarenta e três milhões de eleitores definindo os representantes da sociedade no Congresso Nacional.

É preciso que a escolha seja consciente, uma vez que novas leis serão propostas, nova destinação da arrecadação tributária será definida, provocando reflexos diretos na economia brasileira e no bem-estar do cidadão comum.

Atualmente, a carga tributária representa trinta e sete por cento do Produto Interno Bruto – PIB (montante de toda riqueza produzida no país). A arrecadação das três esferas de governo visa o cumprimento do papel do Estado através do custeio da máquina pública.

O “fantasma do imposto” já é um velho conhecido dos brasileiros, na medida em que assombra a sociedade em cada serviço prestado, em cada produto adquirido porque assume percentuais cada vez mais elevados e, principalmente, porque não consegue ser revertido em serviço público de qualidade.

Em 2013, a nação registrou uma receita de ordem tributária que ultrapassa R$1,7 trilhão e um PIB de mais de R$4,7 trilhões. Entretanto, falta educação, saúde e segurança pública, moradia, infraestrutura...

Muitas são as causas dos problemas enfrentados pela nação: Sistema tributário complexo e injusto, custo elevado com o congresso em razão de excesso de ministérios e, entre outros, um deles provoca revolta: os elevados índices de corrupção por parte dos representantes do povo.

Um estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, concluiu que o custo médio da corrupção no Brasil é estimado entre 1,38% e 2,3% do PIB. Isto equivale a R$41,5 bilhões a R$69,1 bilhões, em 2008.

O estudo também mostrou que “27% do valor que o setor público gasta com educação representa o montante total que se perde com a corrupção no Brasil. O custo da corrupção constitui uma parcela ainda maior do orçamento público da saúde: cerca de 40%. Em relação à segurança pública (primeiro item de preocupação dos brasileiros, segundo pesquisa do IBOPE em 2007), o custo médio anual da corrupção de R$ 41,5 bilhões ultrapassa o gasto de R$ 39,52 bilhões dos estados e União em segurança pública em 2008. É possível afirmar ainda que o custo médio da corrupção representa 2,3% do consumo das famílias.”.

Não é difícil perceber que se o Brasil tivesse os níveis de corrupção reduzidos, o SUS conseguiria atender mais brasileiros proporcionando aumento considerável na redução de mortes, tantas vezes humilhantes.


Também há que se considerar educação de melhor qualidade, moradia que pudesse abrigar maior quantidade de famílias, construção e manutenção de rodovias (visando aperfeiçoar a logística no país).

Diante dos pontos citados, uma recomendação se faz necessária e urgente: além da vida pregressa dos candidatos que aspiram representar a sociedade, também é importante observar quais as propostas anticorrupção, um mal que gera custos sociais e provoca a desconfiança da sociedade.

Corrupção gera insegurança no investidor estrangeiro, criando uma imagem negativa de nosso país no resto do mundo. “É o segundo maior problema que deveria ter a atenção dos brasileiros”, revelou o estudo.

As consequências são drásticas porque dificulta a competitividade, enfraquece a economia, reflete nos gastos do governo, reduze os investimentos...

A verdade é única: o Brasil precisa de reestruturação. São urgentes e imprescindíveis reforma administrativa, política, judiciária, tributária...

Uma reflexão é trazida a tona: toda nação é uma “empresa” cujos sócios precisam saber administrá-la. Sem isto, as chances de falência são muitas. Assim, é o Brasil. Os brasileiros precisam adquirir a cultura de que são seus legítimos “sócios” e que sem a atuação da sociedade os níveis de qualidade de vida, medido pelo Índice de Desenvolvimento Humano – IDH só tendem a piorar.


Fonte: Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

Fotos: veja.abril.com.br; upf.br



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