A HISTÓRIA QUE CONTA A HISTÓRIA
Economia

A HISTÓRIA QUE CONTA A HISTÓRIA



A história que conta a História sempre nos remete a um passado, muitas vezes distante. Então, retornemos ao período monarquista, cujo poder era centralizado pela coroa.

Após o descobrimento do Brasil, transcorreu-se quatro séculos de escravidão. Um período marcado pela crueldade e exclusão social, através de um sistema que descontentava a muitos e que provocou derramamento de sangue como reflexo das mortes não só de escravos, como dos senhores de engenho.

Já na década de 1880, o movimento abolicionista cresceu e culminou na abolição dos escravos em 13 de maio de 1888.

Como consequência da nova lei, os proprietários de escravos se sentiram prejudicados, uma vez que não foram indenizados pelo governo em razão de suas perdas financeiras. O descontentamento por parte dos fazendeiros foi uma das causas pela queda da monarquia.

Outros fatos marcaram o clamor por uma sociedade mais justa, mais livre.

Nesse contexto, a sociedade mostrou sua insatisfação justificada pela falta de participação política, falta de acesso a ensino público, altos índices de analfabetismo e muita miséria.

A época já era marcada pelos reflexos da Revolução Industrial que trouxe a utilização das máquinas, em detrimento do trabalho humano.

Não é difícil entender que quanto menos preparo o trabalhador tivesse maiores os índices de exclusão social, considerando os atrasos impostos pelo sistema da monarquia, marcado pela desqualificação do trabalhador.

Grandes movimentos tomaram vultos e em quinze de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República Federativa do Brasil.

O artigo terceiro da Constituição Federal do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1988, dispõe acerca dos objetivos fundamentais da república federativa.

“Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”

Nesse contexto, a constituição federal determina que o Estado cumpra com os objetivos propostos pela república.

Já é do conhecimento da nação que o bem-estar social é dever do estado. Entretanto, ainda que cento e vinte anos tenham percorrido desde a proclamação da república, a realidade dos brasileiros ainda está longe de ser satisfatória.

Os dias atuais são marcados pela insatisfação de um país de carga tributária elevada, de um sistema tributário complexo, de gastos públicos excessivos e mal empregados e de índices de corrupção excessivos.

Estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT, em 2011, revelou que o país está em octogésimo quinto lugar em Índice de Desenvolvimento Humano – IDH.

O Produto Interno Bruto em 2013 se aproxima dos R$5 trilhões e a arrecadação, R$2 trilhões.

A república propõe democracia. Entretanto, no Brasil, o direito de participação política do cidadão se perdeu através do excesso de ministérios, de salários milionários.

A complexidade do sistema tributário trava o Supremo Tribunal Federal com julgamentos de ações propostas, dados os efeitos da guerra fiscal.

Cabe ressaltar que a guerra fiscal só existe porque há uma concentração da renda em estados da região sul e sudeste.

Efeitos contrários da liberdade legislativa provocaram o atraso da maior fatia do país: as regiões norte, nordeste e centro-oeste.

Por outro lado, reforma tributária ainda é sonho distante. Os entes da federação questionam receita, já que arrecadação é fundamental para a qualidade do serviço público, embora, contraditoriamente, qualidade ainda deixe a desejar no que tange a saúde pública, segurança, moradia...

A verdade é que vivemos em uma Torre de Babel. Os entes da federação divergem em seus objetivos e necessidades, enquanto a sociedade sofre.

O ponto principal de toda esta história é o nível de maturidade do eleitor. O brasileiro precisa desejar entender da engrenagem pública.

Não podemos conceder a “chave do cofre” aos nossos representantes sem avaliarmos as consequências do direito de escolha.

Escrevamos uma história, hoje, que possa contar uma História bem sucedida no futuro.

Foto: planalto.gov.br



loading...

- CrÉditos De Icms Utilizados Como Moeda De Troca
Um dos grandes problemas que as empresas enfrentam diz respeito à sistemática do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. Não é a toa que o tributo é o grande vilão do sistema tributário nacional. O imposto que, entre...

- Brasil, Entre O Que Se Espera E O Que Se Realiza
Não faz tanto tempo que os estados, os municípios e o Distrito Federal ganharam autonomia para legislar sobre tributos instituídos em suas competências. A Constituição Federal de 1988 descentralizou os poderes, visando distribuir a renda de forma...

- Brasileiros E As Reformas De ConsciÊncia
Em cinco de outubro de 1988, depois de um período marcado pelo autoritarismo, foi promulgada a sétima Constituição Federal do Brasil. A nova carta magna reordenou a democracia no país porque fixou os direitos e garantias fundamentais, individuais...

- Brasil, Um PaÍs De "quase" Todos NÓs
Brasil, uma conhecida República Federativa, hoje, reconhecida no mundo como a sétima economia do mundo, depois de ter perdido o lugar de sexta, em 2012, para o Reino Unido, conforme divulgação do Fundo Monetário Internacional. Brasil, um gigante...

- Em Cartaz - O Sistema Tributario Nacional – Primeiro CapÍtulo
Em algum dia de nossas vidas, lá no banco da escola, já ouvimos dizer que conhecer a História se faz importante, pois a partir daí, conheceremos o passado, entenderemos o presente e poderemos desenhar uma nova trajetória para um futuro muito próximo....



Economia








.