A TAXA DE JUROS NO CENÁRIO ECONÔMICO BRASILEIRO
Economia

A TAXA DE JUROS NO CENÁRIO ECONÔMICO BRASILEIRO



Parece que a taxa de juros, que sempre foi personagem relevante na economia brasileira, agora se torna um de seus grandes protagonistas.

Para ilustrar o cenário financeiro brasileiro, um estudo publicado, em 15 de março, pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP demonstrou que o custo do crédito no Brasil é bastante elevado. A pesquisa analisou, entre outros, os juros cobrados aos brasileiros pela utilização do cheque especial, que varia entre 151,3% e 224,6%. Já o desconto de duplicatas custa ao caixa das empresas percentuais que variam entre 29,5% e 49,4%.

O estudo analisou o período compreendido entre 27 de fevereiro e 02 de março de 2012 e foi realizado entre os seis maiores bancos do país.

Em um momento de crise, onde o real se vê valorizado perante o dólar, a cobrança excessiva de juros é nociva ao consumo e á produção.

A concessão de crédito prejudicada pela crise financeira mundial sofre forte impacto no momento em que o governo define uma taxa muito elevada de juros, visando conter o consumo e a volta da inflação. As consequências são a queda dos investimentos, a retração do comércio e a consequente desaceleração do setor industrial.

O aumento do desemprego é um dos maiores impactos sofridos pela sociedade brasileira e, porque não dizer, mundial.

Mas parece que a taxa básica de juros vem ganhando maior destaque com a crise financeira dos dias atuais, dadas às dificuldades enfrentadas pela economia nacional em relação ao mercado internacional.

É fato que o governo, na tentativa de cumprir seu papel, além da arrecadação, também se vale de financiamentos para manter a máquina pública e fazer novos investimentos em setores que julga relevantes.

A questão envolve o “porque e para que” pedir o dinheiro emprestado.
Em relação ao mercado internacional, o Brasil deve. É a chamada dívida externa que se justifica pelos empréstimos contraídos no exterior com bancos estrangeiros, outros governos e instituições financeiras internacionais, tal como o Fundo Monetário Internacional – FMI. Tais financiamentos envolvem os governos nas esferas federal, estadual e municipal e as empresas do setor privado.

Em números demonstrados pelo Banco Central e Tesouro Nacional, enquanto o montante da dívida externa atingiu, em janeiro de 2012, a cifra de 300,3 bilhões de dólares (aproximadamente 540 bilhões de reais), a dívida total atingiu 1,801 trilhões de reais, no mesmo período.
O valor da dívida representa 43% de toda riqueza produzida no país em 2011. O Produto Interno Bruto – PIB fechou o ano com o montante de 4,143 trilhões de reais, conforme dados do IBGE.

Bem, como em toda dívida que se preze, o ônus do financiamento recai sobre o devedor (nesse caso, o brasileiro que financia a máquina pública), a sociedade já arcou, até esta data, com 46,7 bilhões de reais em juros, segundo dados da FIESP.

Podemos ir mais adiante: O estudo mostrado pelo painel do “jurômetro” mostra que o poder público deixa de construir 797.019 casas populares, 70 novos aeroportos, realizar 13.688 ligações de esgoto, construir, aproximadamente, 111.826 escolas, comprar 138.176 cestas básicas e todos os outros direitos assegurados ao cidadão brasileiro.

Os números disparam a cada segundo e nós ficamos pensando se os gastos públicos são aplicados devidamente. Até porque, a atmosfera mundial é refletida pela preocupação dos representantes das sociedades de todo o mundo.

Nesse contexto, o papel do poder público, já do conhecimento de toda sociedade, se prende na responsabilidade de proporcionar á sociedade qualidade de vida, no que diz respeito ao direito de moradia, segurança pública, saúde, educação, alimentação e, mais que tudo isso, a dignidade humana. Por esse motivo, não apenas a taxa elevada de juros é considerada um problema, como também a carga tributária complexa e onerosa e a falta de qualificação profissional dificultam o crescimento brasileiro diante do cenário mundial.

O Brasil está sendo obrigado a mudar e os gastos públicos precisam ser reavaliados para que o crescimento seja possível.

Fontes: www.tesouro.fazenda.gov.br
www.ibge.gov.br
www.bcb.gov.br



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