ECONOMIA BRASILEIRA: INSTABILIDADE X GESTÃO PÚBLICA
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ECONOMIA BRASILEIRA: INSTABILIDADE X GESTÃO PÚBLICA



Dia desses, me perguntaram o que é “dinamismo econômico”. Nesse instante, eu fiquei pensando como é complexo entender os revezes da economia, não só brasileira, mas a economia de qualquer nação.

Especialmente no caso do Brasil, um país tido como a sétima economia do mundo e com uma carga tributária que ultrapassa os trinta e seis por cento em relação a toda riqueza produzida pelo país (o Produto Interno Bruto – PIB), o governo tem a árdua missão de controlar a inflação aumentando esporadicamente a taxa de juros SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) que serve de base para a concessão de financiamentos.

Trocando em miúdos, taxa de juros elevada dificulta os investimentos no Brasil. Isto significa que o crédito fica mais caro e, consequentemente, os empresários têm mais dificuldades em aumentar o capital de giro das empresas.

Por outro lado, quando a taxa está muito baixa, as inúmeras concessões de financiamentos injetam dinheiro na economia. Essa realidade provoca o aumento da demanda no comércio, gerando aumento de preços.

No que diz respeito à carga tributária, em 2013, o Brasil arrecadou cerca de um trilhão e quinhentos e trinta bilhões de reais.

Um aumento de trezentos e trinta e quatro por cento nos últimos 14 anos. Em 2000, o montante era de trezentos e cinquenta milhões, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT.

Já o PIB do mesmo ano somou quatro trilhões, oitocentos e quarenta bilhões de reais. O setor agropecuário contribuiu com sete por cento deste total, seguido do setor de serviços com dois por cento.

A verdade é que é difícil imaginar tantos zeros e, pra muitos brasileiros, ainda é obscuro entender o papel do estado em relação à arrecadação tributária.

É simples: a sociedade, através das empresas e do cidadão comum, “paga” por serviços públicos quando contribuem com o pagamento de tributos. E isso vale mesmo para aqueles cidadãos que compram seu vestuário, seus medicamentos, seus alimentos... Afinal de contas, em tudo que é comprado existe uma parcela de tributos embutida, o que chamamos de contribuição indireta.

O dia a dia dos brasileiros e todos os estrangeiros que aqui vivem ou que visitam nosso país gera um movimento de milhares de reais.

Segundo publicação do site Exame.com no último dia 17, os estrangeiros gastaram aproximadamente trezentos e oitenta milhões em cartões VISA durante a realização da Copa do Mundo.

Esse montante comporá o PIB do ano e, nesse contexto, o SEBRAE Finanças divulgou, no último dia 15 de julho, o pronunciamento do governo federal de que o evento deva ter movimentado, aproximadamente, trinta bilhões de reais.

Os possíveis trinta bilhões injetados na economia refletirão na arrecadação e tem como obrigação serem revertidos em melhor educação, saúde, segurança, moradia e todos os direitos assegurados aos brasileiros.

Mais recentemente, fui questionada a respeito dos motivos que levam o governo a estimular a venda de carros no momento em que os engarrafamentos intermináveis stressam a população.

Simples: a indústria automobilística (como qualquer outra) sobrevive do que produz e vende. Dessa forma, se o governo não incentivar as vendas, o estoque encalha e os empregos sofrem os reflexos. Para o governo não é interessante, sob nenhum aspecto, que o nível de emprego caia. Isso significaria queda da produção, das vendas e, consequente, queda da arrecadação.

A despeito da má qualidade do serviço público, manter a economia em ordem é um desafio que se torna ainda maior num país onde o custo para se viver é alto.

Tanto é que no último dia 15 de julho, novo prazo de parcelamento foi reaberto para a quitação de débitos, de natureza tributária ou não, contraídos com as fundações e autarquias públicas.
Paralelamente, o Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI do setor automotivo que seria aumentado em 2014 permanecerá reduzido até o final de 2014.

A visão do governo é, eu diria, empresarial. Sim. Empresarial. A Copa do Mundo movimentou cifras consideráveis, especialmente para o setor hoteleiro. E nesse quesito, o governo teve olhos de águia quando alterou a sistemática de recolhimento da contribuição para o INSS Patronal que passou a recolher sobre o faturamento e não mais sobre a folha de salários de seus funcionários. Não é muito difícil imaginar as diferenças na arrecadação.

Bem, resumindo a história, que tem um enredo ainda maior do que este narrado aqui, as medidas até podem auxiliar, de alguma forma ao Brasil, mas é certo de que não resolvem o problema, dada sua característica paliativa.

Foto: brasilescola.com



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