História sobre o Desenvolvimento da Coréia do Sul
Economia

História sobre o Desenvolvimento da Coréia do Sul



Durante o Regime de Bretton Woods (60-70), a economia coreana teve um período de desenvolvimento, o que está relacionado ao fato do regime de BW permitir o protecionismo, regulação nacional do crédito e tolerava a penetração dos mercados desenvolvidos via exportação.
O seu balanço de pagamentos, inicialmente frágil e dependente de ajuda externa, transformou-se numa posição externa crescentemente sólida, baseada na sua reconhecida competitividade em setores de alto valor agregado e conteúdo tecnológico.
Os anos 50 foram os anos mais complicados para o seu desenvolvimento industrial, com uma industria pesada quase que inexistente e com uma burguesia nacional muito dependente do Estado. Durante esse período, as medidas do governo, com apoio dos EUA, foram: 1) suporte à industrialização de bens de consumo não-duraveis, de baixa intensidade de capital, através de combinação clássica de crédito favorecidos e de licenças de importação; 2) criação de grupos capitalistas nacionais, através de operações subsidiadas de privatizações de várias empresas que haviam sido encampadas pelo governo como herança de colonização japonesa; 3) sob pressão americana iniciou-se a implantação de uma ampla nova base social de apoio ao regime, sob forma de uma pequena burguesia rural; 4) grande esforço de alfabetização e de desenvolvimento do ensino básico.   


Após 1962, a Coréia do Sul embarcou numa série de planos qüinqüenais para o desenvolvimento econômico. A ênfase foi direcionada ao comercio exterior com a normalização das relações com o Japão em 1965 e houve uma subseqüente “explosão” no comercio e nos investimentos, seguida de uma rápida expansão das indústrias leves e pesadas nas décadas de 60 e 70.
Antes dos anos 60, a Coréia do Sul era tradicionalmente baseado na agricultura, porém pós 1962 inicia-se um dinamismo industrial com uma série de planos econômicos e com objetivo de desenvolvimento da manufatura leve para exportação. Esse começo da industrialização coreano teve auxilio dos EUA e do Japão, especialmente na assistência técnica. Na década de 60, a Coréia do Sul inicia uma nova fase do seu desenvolvimento e que se estendeu até o final da década de 70. Foi um período de grande avanço da industrialização, através de sucessivos planos qüinqüenais. Dentro desse período, o crescimento e desenvolvimento foram influenciados em grande parte pelo planejamento estatal e da seqüência de objetivos claramente definidos nesse processo que viabilizou o desdobramento da industrialização.
No inicio dos anos 60, a estrutura industrial ainda era estreita e pouco diversificada, baseada na produção de consumo não-duraveis. Para libertar-se da escassez de divisas da grande dependência dos EUA, o governo, em 1962-1967, lança um programa de investimentos (1ºPlano Qüinqüenal) para expansão da indústria manufatureira com fortes incentivos à exportação para penetrar no amplo mercado americano. O setor de produtos têxteis e confecções lideraram esse primeiro esforço exportador. Para auxiliar o programa de investimento, o governo, no começo dos anos 60, estatizou os bancos, o que permitiu a liberação de crédito para os setores selecionados. E, pó fim, o governo unificou e desvalorizou o cambio (estimular exportação) e também utilizou subsídios fiscais para incentivar os programas.
Já o 2ºPlano Qüinqüenal (1967-1971) reiterou a estratégia de industrialização. Além disso, a formação de capital social básico em infra-estrutura requeria um elevado volume de investimentos, garantidos em grande parte por uma elevada taxa de poupança doméstica. O mercado interno também era alvo de parte importante dos investimentos, à medida que a economia crescia, utilizando-se para tal o processo de substituição de importações via proteção tarifária. Isto era inevitável, pois, à medida que o processo de industrialização baseado em manufaturas leves avança, ficava cada vez mais evidente a necessidade de estruturar a base pesada da indústria de insumos intermediária, cuja importação, crescente, neutralizava recorrentemente o sonho de reduzir a dependência de empréstimos e de apoio financeiro externo.  
Nos anos 70, foi empreendida a industrialização pesada, liderada pelos grandes conglomerados de propriedade familiar, levando a indústria coreana a produzir e exportar maquinaria elétrica, automóveis, navios, produtos químicos e outros produtos; esses produtos tinham condições de grande competitividade. 
No início dos anos 70, o governo tem como preocupação em construir a indústria pesada. Com isso, o 3ºPlano Qüinqüenal (1972-1976) planeja a implementação das indústrias siderúrgica, petroquímica, de cimento e prepara as bases dos setores de bens de capital sob encomenda (naval, maquina e equipamentos) e da indústria automobilística. Os elevados requisitos de capital exigiram um esforço adicional de endividamento e, com isso, o governo cria o Fundo Nacional de Investimento, que captou recursos dos bancos e os oferecia a taxa de juros muito baixas (graças a subsídios orçamentários). A indústria química e petroquímica recebeu especial atenção no início do terceiro plano. O esforço de investimentos na construção da base pesada da indústria persistiu ao longo do 4ºPlano Qüinqüenal (1977-1981).
No fim da década de 70, o processo de industrialização estava concluído: a base pesada da indústria havia se constituído. Três conseqüências, relevantes, desse esforço devem ser destacadas: 1) a dívida externa cresceu expressivamente; 2) aumentou muito a dependência de petróleo importado, como resultado da prioridade concedida ao desenvolvimento da indústria petroquímica e do simultâneo crescimento da frota de veículos; 3) aumentaram também as exportações.
A sustentação deste “drive” exportador exigiu esquemas adicionais de estimulo: os incentivos fiscais foram aprofundados e, em 1976, foi criado o Eximbank coreano, com a missão especifica de financiar as operações de exportações, com juros favorecidos.
O rápido crescimento das exportações, a realização de um elevado e sustentado volume de investimentos fixos obrigarem a um forte crescimentos das importações (especialmente de bens de capital).
Concluída a década de 70, a Coréia do Sul havia, portanto, logrado saltar para o status de nação industrializada, ainda acumulando, porém dívida e fragilidade que iriam exigir o enfrentamento de novos desafios no início da década de 801 com o choque de juros.
Um outro aspecto que merece ser destacado é que a Coréia do Sul sempre teve a preocupação na formação educacional de seus cidadãos, tendo um grande número de pessoas com ensino superior.
Nas décadas de 80 e 90, o crescimento transformava-se de exportadoras de tecidos e sapatos em um grande produtor global de automóveis, eletrônicos, navios e aço e, mais tarde, campos de alta-tecnologia.

Frederico Matias Bacic



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