Regional Economic Outlook - Western Hemisphere - 2007 (Parte 2)
Economia

Regional Economic Outlook - Western Hemisphere - 2007 (Parte 2)


Esta é a segunda parte da revisão do documento do FMI, mencionado no título da postagem.

Setor financeiro

A primeira constatação feita através de gráficos expostos no trabalho foi a de que o crédito para o setor privado cresceu, em uma porcentagem de 22% na amostragem de vinte países analisados. Há a necessidade de ser explicado que, cerca de 40% desse crédito foi destinado aos "households" (proprietários de imóveis), em detrimento dos empresários. Mesmo assim, em comparação com o PIB, o crédito privado disponível nos países do LAC (Latin American and Caribbean) não ultrapassa os 20%, o que é considerado baixo em relação aos pares em desenvolvimento. Mesmo com a tendência positiva demonstrada em 2006 na questão dos fluxos financeiros externos (fundos de hedge, fundos de pensão).
Outro aspecto comentado (não somente no documento do FMI mas em outras reportagens de nosso blog) é referente à troca (Swaps) feito por países como Brasil , México e Uruguai, isto é, a mudança do perfil da dívida que anteriormente era de curto prazo, para uma conjuntura de longo prazo, em moeda do país de origem e não mais em dólares),

Box 5 - Licença de entidades financeiras para trabalharem fora do aspecto
territorial

Uma parte considerável do market share de serviços bancários na América Central é conduzido por meio de entidades financeiras fora dos limites territoriais desses países, isto é, nas Bahamas, Barbados, Ilhas Cayman e Panama. A participação dessas entidades varia em cada país estudado, como por exemplo em El Salvador (nenhuma participação, pois é proibida) e em Honduras (aonde é responsável por um quarto do mercado). A vantagem delas consiste em alguns aspectos, tais como: os custos de manutenção das contas são baixos, não há questão de imposto de renda, as restrições ao crédito são diminutas (a adequação de capital livre, liquidez determinada pela instituição financeira), ausência de restrições dos Bancos Centrais (depósitos compulsórios) e, por fim, grande confidencialidade em relação a dados pessoais e origens de divisas - prato cheio para lavagem de dinheiro.
O FMI participa na regulamentação dessas atividades, fomentando as seguintes atitudes perante às concessões:
  1. Melhorando a base legal de verificação consolidada entre os países da América Central,
  2. Estimular a adaptação das legislações financeiras de cunho mundialmente aceito (padrão internacional),
  3. Constituir uma autoridade conjunta com o intuito de analisar as atividades financeiras feitas por essas externas ferramentas bancárias e suas consequências para o mercado interno.

Desenvolvimento externo

O saldo do comércio exterior no ano passado, na região das américas, foi positivo em 1,75% do produto interno bruto, um pouco superior ao verificado em 2005. Foi registrado incremento dos níveis de importação em 12% cotejando-se com o ocorrido no tocante às exportações, da ordem de 4%. Destacado foi que, os resultados positivos foram sustentados pelos países da América Latina, enquanto os pares da América Central passaram por grandes dificuldades (contribuindo, assim, negativamente). O IED (investimento externo direto) continua tímido e mesmo assim, foi importante na manutenção do superávit nas contas externas, entretanto, a participação da américa latina como destino de capital estrangeiro é irrisória (de 46% no início da década para 19,5%) e tem como alvo primevo os seguintes países: Brasil, Chile e México. Os níveis de importação tendem a permanecer crescendo no longo prazo e, infelizmente, se os preços das commodities apresentarem queda, os países latino-americanos passaram por dificuldades gigantescas (mesmo com reservas consideráveis em dólares, especialmente no Brasil). Urge uma mudança de paradigma e perfil do que é vendido.

Políticas monetárias e de câmbio

Países como Brasil, Chile, Colômbia, Peru e México empreendem políticas de metas de inflação e intervenção no mercado para aquisição de dólares e fortalecimento de reservas (impedindo, consequentemente, a apreciação das moedas nacionais). Destaque para os possíveis custos de esterilização da moeda, os quais podem incorrer em aumento da dívida pública. OBS: será desenvolvido um texto com a explicação da questão das reservas cambiais, assim que esse resumo acabar.

Política Fiscal

O resultado fiscal positivo (supérávit primário) registrado desde o final de 2005 no LAC (1,3% do PIB latino) é mantido , especialmente, pelo influxo de capital advindo do comércio das commodities. A irresponsabilidade em relação às despesas correntes continua visível, visto que houve um aumento da ordem de 7%, enquanto que, as despesas de capital (investimento, inversão financeira) não ultrapassam os 4,5% desde o início da década. Mesmo com o superávit primário regional com tendência de manutenção no curto prazo (devido à questão da mudança do perfil da dívida, ainda que imaturo para os níveis considerados pelas agências de risco).No longo prazo, com a queda dos preços das commodities e a manutenção das despesas correntes em níveis estratosféricos, apresentaremos déficit nominal por completo. Não é uma posição negativa e nem está dito peremptoriamente no relatório, no entanto, não há modificações de grande porte nas economias consideradas aqui, excetuando-se o Peru.

Mesmo não sendo o projeto inicial, resolvi dissolver esse estudo em três textos, e não dois, como inicialmente, pois estaria obscurecendo algumas informações sutis e que fazem diferença na apuração final sobre determinado assunto.




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