Regional Economic Outlook - Western Hemisphere - 2007 (Parte 1)
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Regional Economic Outlook - Western Hemisphere - 2007 (Parte 1)


Após a divulgação do trabalho "World Economic Outlook - April 2007 - Western Hemisphere" pelo FMI em seu site oficial, resolvi fazer um apanhado geral do que foi apresentado nele, no presente blog, dividido em três textos, um sendo publicado hoje , outro no domingo que vem e o último no dia 13/05/2007, complementando uma lacuna existente no fomento das informações pertinentes à realidade econômica das Américas. Sem mais delongas, segue abaixo, separado por tópicos, o que foi apresentado:

I - A economia global e as perspectivas para os Estados Unidos e Canadá.

Como é de praxe, iniciado foi o trabalho pelas perspectivas econômicas das duas nações mais importantes da América, tanto na questão econômica como política. O alvo primevo de análise foi os Estados Unidos, os quais demonstraram dificuldades no início desse ano, devido à crise dos subprime borrowers (pessoas que recebem empréstimos sem ser necessário verificação de crédito, documentação regulamentar, isto é, de grande risco. Salienta-se que o índice de inadimplência nesses casos registrou recórdes em 2006). Havia dúvidas sobre as consequências do aumento do taxa de juros de curto prazo - alvo dos subprime - em relação ao mercado consumidor. A resposta conjuntural da medida citada acima acabou por não prejudicar o nível de consumo e de emprego na sociedade americana, além de que foi registrada a queda dos preços do petróleo desde agosto de 2006. Todos esses aspectos positivos devem ser considerados com resiliência, pois ainda não se sabe os efeitos de longo prazo das políticas implantados pelas instituições creditícias norte-americanas (restrição do crédito e aumento dos spreads de curto prazo, o que complica o mercado hipotecário - mortgages no inglês). Diante desse refreamento no fluxo monetário, o governo está buscando rever a questão da dívida interna e externa, tentando modificar o perfil, para o longo prazo. Algumas linhas foram reservadas ao Canadá, destacando-se que o país busca incessantemente o superávit primário (primary surplus - política pregada pelo FMI desde os seus primórdios) e controle da inflação. Pudera que o seu crescimento está em 2% ao ano, desde 2000.

II - As perspectivas para a América Latina e o CAFTA.

A previsão para a América Latina é manter seu crescimento robusto (termo utilizado no trabalho e que gera algumas discrepâncias entre analistas) de 5% ao ano em um horizonte de três anos, partindo-se de 2007. Os principais responsáveis pela manutenção do patamar atual de crescimento são: aumento da demanda interna, manutenção do preço super-valorizado das commodities no mercado internacional, IED (Investimento Externo Direto) crescente na região. Os principal inimigo a ser combatido revela-se como o setor público, que teve incremento substancial em seus gastos no emaranhado geral dos constituintes da américa espanhola. Especialmente nos países caribenhos, ocorreu um boom no setor turístico, tendo em vista o evento que está acontecendo desde cinco de março até o final de abril - 2007 Cricket World Cup - o qual movimenta nove países em competições que são transmitidas a cerca de dois bilhões de espectadores ao redor do mundo e que vendeu oitocentos mil ingressos para presenciar in loco. Para suprir essa demanda no tocante à construção de acomodação para os visitantes, o setor privado foi alvo de diversas concessões fiscais e creditícias. O desafio real é utilizar toda essa estrutura no pós-evento e que o investimento público nesses países pobres seja mais eficiente (problema não somente enfrentado por lá, como todos sabem), trazendo aumento da renda per capita e distribuição de renda. Outros aspectos destacados foram:
- Manutenção dos níveis de inflação na região dentro do limite de 5% ao anos, excetuando-se a Argentina, a qual registrou 10% no ano passado.
- Redução da pobreza e melhor distribuição da renda (ambos sustentados pela maior eficiência dos programas sociais, diminuição dos mercados informais, perdões das dívidas da Bolívia - injustamente, no meu ponto de vista, de modo que o dinheiro adquirido pelos calotes e aumento do preço/m³ de gás foram direcionados às medidas populistas) , Guiana, Haiti, Honduras, Nicarágua em março de 2007).

II - Adendo - Box 4 - Programa de Reforma Econômica do Peru

Na segunda metade de 2006, as autoridades peruanas lançaram um programa que visa a consolidação da estabilidade macroecômica e a melhora da eficiência das políticas sociais de assistência, além de um crescimento sustentável. Com o auxílio do FMI, em um montante de US$ 250 milhões, aprovado em janeiro de 2007, está sendo empreendida uma reforma administrativa contundente, visando ao aumento do investimento privado em setores de infra-estrutura e logística, além de energia (semelhante ao PAC, em alguns aspectos). A base da reforma macroecômica está centrada em dois aspectos, deslindados abaixo:
- Executar reforma na política fiscal, aumentando em 2% a carga tributária, entrentanto, com o comprometimento de tornar eficiente cada centavo arrecadado com investimentos na redução da pobreza (que atinge 50% da população) e em infra-estrutura.
- Diminuir a dolarização da economia, lançando títulos de longa maturação em moeda nacional. Com o intuito de trazer a iniciativa privada para um trabalho conjunto, propõe-se reforma de processos de abertura de empresas e no tocante aos assuntos tributários, privatização das empresas estatais remanescentes, vistoriadas por agências reguladoras independentes. Isso tudo gerará consequências positivas para a economia como um todo, além de mostrar que o Peru pode receber grandes investimentos.

Continuamos no próximo domingo, não percam!!



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