EscolaridadeHá alguns fatos muito interessantes, referentes ao grau de instrução das pessoas empregadas nesse período, em que 60,6% dos novos empregos foram ocupados por pessoas com ensino médio completo e incompleto, sendo que, em mais da metade de todos os empregos, 51,6%, as pessoas contratadas detinham o ensino médio completo. Esse dado sinaliza para a importância do grau de escolaridade para aumentar as oportunidades de inserção no mercado de trabalho formal, mesmo que a função ocupada possa ter como requisito um grau de instrução inferior. Dos 20.674 empregos criados no período, 12.534 foram ocupados por pessoas com ensino médio, dentre as quais, 10.677 contavam com o ensino médio completo. (Ver Tabela 1).Um outro dado muito significativo é o de que o número de pessoas contratadas com nível superior, completo e incompleto, ultrapassou os novos empregados com grau de instrução de 1ª a 5ª-serie do ensino fundamental ou da 6ª a 9ª série do fundamental. No período, foram contratadas mais 2.806 pessoas com nível superior, entre completo e incompleto, frente a 2.570 com até a 5ª série do ensino fundamental e 2.352, com ensino fundamental da 6 ª a 9 ª série.Perfil ocupacional
O registro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego classifica, também, os empregos gerados segundo grupos e subgrupos ocupacionais. Cerca de 1/3 dos empregos gerados no período (36,6%) se concentrou no grupo ocupacional 7, que abrange os trabalhadores da construção civil e da indústria de calçados e de têxteis. (Ver Tabela).O emprego gerado nesse grupo alcançou o contingente de 7.561, com destaque para os 2.272 postos de trabalho criados na construção civil e, subsidiariamente, na indústria extrativa. A ocupação de trabalhadores da indústria de caçados e têxteis somou 1.938 novas vagas. O grupo ocupacional de trabalhadores de serviços e do comércio gerou 4.362 empregos formais, sobressaindo-se os empregos de vendedores e representantes comerciais, e o de trabalhadores na administração de edifícios e logradouros.Entre as ocupações típicas de profissões científicas, grupo ocupacional 2, e de técnicos de nível médio, grupo ocupacional 3, o setor de saúde liderou a geração de empregos. Neste segmento foram ocupados 1.203 profissionais em áreas cientificas, além de 1.657 técnicos de nível médio.Na área técnica, foram expressivos, ainda, os empregos gerados nas ocupações em engenharia e nos serviços técnico-administrativos. Outros destaques foram os empregos formais criados na agropecuária, que alcançaram o número de 1.907 no período, associados à implantação de novas usinas, e a intensa demanda por eletricistas para a indústria e para oficinas. (Ver a tabela 2).A análise das duas tabelas aponta para algumas conclusões interessantes. Em primeiro lugar, que o grau de instrução tem sido importante para um número expressivo de ocupações na indústria sergipana e de que a obtenção do ensino médio abre novas oportunidades para o trabalhador. Em segundo lugar, a demanda por ocupações científicas tem sido basicamente gerada pelo setor público, especificamente por meio dos concursos realizados pelas fundações de saúde. Há ainda uma forte demanda da construção civil e da indústria por ocupações técnicas.
Publicado no Jornal da Cidade, em 30/01/2011