O perfil do emprego criado na economia sergipana em 2010
Economia

O perfil do emprego criado na economia sergipana em 2010


Ricardo Lacerda

A geração de emprego na economia sergipana alcançou patamar inusitado em 2010. Para efeitos de comparação, serão analisados os dados de doze meses, entre dezembro de 2009 a novembro de 2010, em razão da mudança procedida pelo MTE na sistemática de apuração dos dados do CAGED no mês de dezembro de 2010. Nos doze meses acumulados até novembro, foram criados 20.674 empregos com carteira assinada, resultado 64,5% superior à maior geração de emprego anterior, que havia sido nos doze meses acumulados até novembro de 2008, de 12.571 empregos formais.

O objetivo do presente artigo é o de apresentar o perfil desse emprego criado, em termos da escolaridade dos novos empregados e tipos de ocupação que foram mais demandados. Ainda que o espaço disponível não permita uma análise mais exaustiva, serão apresentadas algumas características importantes de novo emprego que tem surgido na economia sergipana.

Escolaridade

Há alguns fatos muito interessantes, referentes ao grau de instrução das pessoas empregadas nesse período, em que 60,6% dos novos empregos foram ocupados por pessoas com ensino médio completo e incompleto, sendo que, em mais da metade de todos os empregos, 51,6%, as pessoas contratadas detinham o ensino médio completo. Esse dado sinaliza para a importância do grau de escolaridade para aumentar as oportunidades de inserção no mercado de trabalho formal, mesmo que a função ocupada possa ter como requisito um grau de instrução inferior. Dos 20.674 empregos criados no período, 12.534 foram ocupados por pessoas com ensino médio, dentre as quais, 10.677 contavam com o ensino médio completo. (Ver Tabela 1).


Um outro dado muito significativo é o de que o número de pessoas contratadas com nível superior, completo e incompleto, ultrapassou os novos empregados com grau de instrução de 1ª a 5ª-serie do ensino fundamental ou da 6ª a 9ª série do fundamental. No período, foram contratadas mais 2.806 pessoas com nível superior, entre completo e incompleto, frente a 2.570 com até a 5ª série do ensino fundamental e 2.352, com ensino fundamental da 6 ª a 9 ª série.

Perfil ocupacional 
O registro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego classifica, também, os empregos gerados segundo grupos e subgrupos ocupacionais. Cerca de 1/3 dos empregos gerados no período (36,6%) se concentrou no grupo ocupacional 7, que abrange os trabalhadores da construção civil e da indústria de calçados e de têxteis. (Ver Tabela).

O emprego gerado nesse grupo alcançou o contingente de 7.561, com destaque para os 2.272 postos de trabalho criados na construção civil e, subsidiariamente, na indústria extrativa. A ocupação de trabalhadores da indústria de caçados e têxteis somou 1.938 novas vagas. O grupo ocupacional de trabalhadores de serviços e do comércio gerou 4.362 empregos formais, sobressaindo-se os empregos de vendedores e representantes comerciais, e o de trabalhadores na administração de edifícios e logradouros.



Entre as ocupações típicas de profissões científicas, grupo ocupacional 2, e de técnicos de nível médio, grupo ocupacional 3, o setor de saúde liderou a geração de empregos. Neste segmento foram ocupados 1.203 profissionais em áreas cientificas, além de 1.657 técnicos de nível médio.

Na área técnica, foram expressivos, ainda, os empregos gerados nas ocupações em engenharia e nos serviços técnico-administrativos. Outros destaques foram os empregos formais criados na agropecuária, que alcançaram o número de 1.907 no período, associados à implantação de novas usinas, e a intensa demanda por eletricistas para a indústria e para oficinas. (Ver a tabela 2).

A análise das duas tabelas aponta para algumas conclusões interessantes. Em primeiro lugar, que o grau de instrução tem sido importante para um número expressivo de ocupações na indústria sergipana e de que a obtenção do ensino médio abre novas oportunidades para o trabalhador. Em segundo lugar, a demanda por ocupações científicas tem sido basicamente gerada pelo setor público, especificamente por meio dos concursos realizados pelas fundações de saúde. Há ainda uma forte demanda da construção civil e da indústria por ocupações técnicas.

Publicado no Jornal da Cidade, em 30/01/2011


Para baixar o arquivo em PDF clique aqui.



loading...

- O Emprego No 1º Trimestre: A Força Da Construção Civil
Ricardo Lacerda O comportamento do emprego formal em Sergipe permaneceu muito positivo nesse início de 2012. Entre janeiro e março foram criados 2.977 empregos formais, o melhor resultado já registrado para o 1º trimestre. Nos doze meses completados...

- O Emprego Formal Em 2011
Ricardo Lacerda O Ministério do Trabalho e do Emprego apresentou os dados de geração de emprego celetistas de 2011, fornecidos pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Foram criados no Brasil 1.944.560 empregos formais celetistas,...

- Geração De Emprego E De Emprego Industrial Em 2011
Ricardo Lacerda O mercado de trabalho aquecido tem sido resultado e causa do bom desempenho que a economia brasileira vem apresentando nos últimos anos, enquanto as economias centrais encontram-se em verdadeiras tormentas. Estimulado pela expansão...

- A Interiorização Do Emprego Formal Em Sergipe
Ricardo Lacerda Um dos mais aspectos mais interessantes do ciclo expansivo atual da economia brasileira é o processo de criação de empregos com carteira de trabalho nos municípios do interior. Ainda que, na maioria dos estados, o emprego metropolitano...

- Criação De Emprego Industrial Em Sergipe No Ano De 2010
Ricardo Lacerda A evolução recente do emprego industrial em Sergipe tem se destacado da média brasileira e vale a pena examiná-la. Entre janeiro e agosto de 2010, foram criados 1.947 empregos com carteira de trabalho na indústria de transformação...



Economia








.