O emprego no 1º trimestre: a força da construção civil
Economia

O emprego no 1º trimestre: a força da construção civil



Ricardo Lacerda

O comportamento do emprego formal em Sergipe permaneceu muito positivo nesse início de 2012. Entre janeiro e março foram criados 2.977 empregos formais, o melhor resultado já registrado para o 1º trimestre. Nos doze meses completados em março foram criados 18.537 novos empregos com carteira assinada na série estatística do MTE com ajustes, que considera as declarações fora de prazo.

A taxa de crescimento do emprego formal nesses doze meses alcançou notáveis 7,12%, muito elevada, considerando o ritmo relativamente menor do crescimento econômico desde meados de 2011. Foi a segunda taxa mais alta de crescimento do emprego formal do Nordeste, depois de Pernambuco, e a sexta do país (ver Gráfico 1). Na média do Nordeste, o emprego formal cresceu 5,29% e no Brasil, 4,82%.

Fonte: MTE- CAGED
1º trimestre

A geração de emprego no 1º trimestre do ano é sempre menos intensa do que no restante do ano. Em geral a indústria de transformação inicia o desligamento de parcela do pessoal contratado para abastecer as vendas de final de ano ainda em novembro e somente tende a reiniciar a contratação no segundo trimestre. O comércio promove corte acentuado no final de dezembro e retoma de forma crescente a admissão também no 2º trimestre, alcançando o pico de contratação nos últimos meses do ano. Some-se a esses desligamentos à redução de pessoal do setor sucroalcooleiro por ocasião do final da safra e se tem delineado o cenário do mercado de trabalho no 1º trimestre de cada ano.

O terceiro trimestre é o de contratação mais intensa. Considerando as dinâmicas específicas de todos os setores, o 3º trimestre respondeu por cerca da metade do emprego formal gerado em Sergipe nos últimos cinco anos: a indústria e o comércio estão a pleno vapor e a atividade canavieira, em plena safra.

O que salva o nível de emprego do 1º semestre é a intensa contratação nas atividades da construção civil e em alguns segmentos do setor serviços, com destaque para a atividade de ensino, que em geral efetua cortes no final do ano e readmite no 1º trimestre.

Assim, a cada início de ano, a construção civil e o setor de serviços disputam a liderança na geração de empregos. Em 2012, a força da contratação pela construção civil, secundada pela das atividades de serviços, fez com que a geração de empregos formais em Sergipe alcançasse o seu melhor resultado desde o inicio da série do Cadastro Geral de Admitidos e Desligados (CAGED) do Ministério do Emprego e Trabalho.

Construção Civil

No 1º trimestre de 2012, a construção civil, em todos os seus subsetores (construção de habitação, obras de infraestrutura e serviços especializados de construção), empregou como saldo entre admissões e desligamentos 2.686 pessoas, o mais elevado resultado da série CAGED sem ajustes (ver Gráfico 2).


Fonte: MTE- CAGED

Desde janeiro de 2007, a construção civil já ampliou o emprego em mais de 14 mil vagas em Sergipe. Depois de certo desaquecimento na admissão de pessoal adicional desde o segundo trimestre de 2011, o setor iniciou 2012 com intensa contratação, o que foi decisivo para que a economia sergipana mantivesse o patamar elevado de geração de novos empregos.


Publicado no Jornal da Cidade em 22/04/2012


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