Economia
O boom de Lula (I)
O que determinou o
boom de Lula, segundo Alexandre Schwartzman, na edição de hoje da Folha de São Paulo:
"De 2002 até meados deste ano, a conjuntura internacional se mostrou extremamente favorável ao Brasil. O país foi beneficiado, em primeiro lugar, pelo aumento de preços de commodities. Como exporta muito mais commodities do que importa, a alta resultou em preços de produtos exportados crescendo acima dos preços de importados, isto é, houve melhora dos termos de troca. Conjugada à expansão dos volumes exportados, em parte derivada da expansão do comércio global, essa melhora implicou forte elevação da capacidade de importar: entre 2002 e o terceiro trimestre de 2008, estima-se que o poder de compra das exportações tenha crescido 80%. Esse processo permitiu que a demanda doméstica passasse a crescer acima da produção, o que não observávamos desde 1997/98, quando preços de commodities em queda haviam piorado nossos termos de troca. Obviamente, se a demanda doméstica cresce mais rápido que a produção, a diferença deve ser coberta com importações físicas crescendo acima das exportações físicas, o que foi possível principalmente pelo aumento do poder de compra das exportações. Completando esse quadro, a expansão da liquidez mundial barateou o financiamento, trazendo vastos volumes de capital estrangeiro, aparentes na expansão do investimento estrangeiro no país, em particular o investimento direto, que se acelerou de US$ 15 bilhões por ano entre 2002/5 para US$ 35 bilhões por ano em 2007/8. Não há dúvida, porém, de que esses três fatores mudaram de direção, isto é, podemos esperar queda de preços de commodities, desaceleração do comércio global e menores fluxos de capital".
A versão completa do artigo está disponível no blog de Schwartzman.
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