Economia
Economic Issues 36 - Preserving Financial Stability - Parte 2
Início da parte 2.
Dentro de uma base de estudo consistente, subdividimos os riscos em:
- Endógenos: podem surgir dentro de qualquer um dos componentes do sistema financeiro, a saber: insituições, mercados e infra-estrutura. Como exemplo, um problema em um banco o qual se espalha pelas outras partes do sistema, ou, como ocorrido no tocante ao subprime, vários players que acabam sendo vitimados conjuntamente, visto que tinham diversos pacotes com alta exposição ao risco. Por parte do mercado, consideramos o descompasso na valoração de alguns ativos, a conhecida "liquidez exagerada", a qual pode gerar "bolhas", registradas no início do ano 2000, no evento das dotcom (Enron, Worldcom).
- Exógenos: nesse aspecto, há de ser ressaltado que eventos naturais (enchentes, terremotos), políticos (mudança de governo, como no caso da Venezuela ou default empreendido pela Argentina e Brasil) e mesmo a falência de alguma grande empresa nem ao menos relacionada com o mercado acionário (apesar de ser raro).
Análise da atividade financeira
A análise da estabilidade financeira necessita cobrir todas as ramificações de riscos e vulnerabilidades, isto é possível através do monitoramento das partes individuais do jogo: setor público, firmas e pessoas físicas de modo transversal pois os desequilíbrios não ocorrem isolados.
Algumas ferramentas a serem usadas estão inseridas nas preocupações clássicas de cunho macroeconômico, como estudo das demonstrações contábeis, ratios dados a setores da economia e empresas em particular, spread bancário e qualidade dos instrumentos financeiros disponíveis para aplicação (títulos de dívida - bonds -, debêntures, hedging). Não podemos esquecer, é claro, de que existem indicadores complementares para a estipulação de condições operacionais do mercado a saber: qualidade de software, hardware, velocidade baixa de internet ou a falta da informação sobre o que está ocorrendo no mercado (assimetrias, segundo Stiglitz).
Desenvolvendo uma estrutura comum
Dentro das desigualdades existentes tanto na economia real, como no mercado financeiro, é premissa básica de um país ter uma estrutura congruente com os parâmetros internacionais (normalmente informados pela OCDE e FMI), de modo que possamos estar interligados com o mercado global e obtermos as benesses advindas da livre circulação de moeda pelos dutos do desenvolvimento, tendo cuidado, principalmente, com a habitual tendência à especulação, a qual somente traz prejuízos.
Os três objetivos principais dessa medida são:
- Tornar possível a identificação de possíveis vulnerabilidades cedo, antes de elas causarem problemas gerais;
- Promover medidas para evitar as disrupções do mercado, vide agregação dos dados organizados advindos das ferramentas supracitadas;
- Restaurar o mercado quando as medidas preventivas (regulação oficial, supervisão, transparência, pesquisas de produtividade, com políticas macroeconômicas fortes) e as remediadas (isto é, com a atuação do governo na restauração da liquidez, via injeção de moeda ou diminuição das taxas interbancárias ou de redesconto) falham, ultrapassando a formal concepção da transmissão de choques, de alto impacto negativo.
Já percebemos que sem o mercado acionário, o desenvolvimento econômico seria decisivamente prejudicado (pela falta de crédito barato para o investimento) e, partindo-se dessa verdade universal, tudo deve ser feito para manter a estabilidade dos mercados, favorecendo a distribuição de ativos ao redor do mundo. Várias medidas foram propostas no presente estudo, cabe agora às entidades governamentais e particulares agirem de modo a trabalhar fortemente para a transparência nos negócios e aplicações, com consequente redução da especulação financeira (que gera dinheiro fácil para quem não precisa, como George Soros e grande fundos de Hedge).
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