O subprime e a crise financeira
Economia

O subprime e a crise financeira


Como vinculado há semanas na mídia, o mercado financeiro está ainda em palvorosa devido a problemas enfrentados no tocante aos títulos hipotecários de alto risco (os chamador subprime), adquiridos nos EEUU, por grandes fundos de hedge ao redor do mundo. Um dos grandes bancos a serem alvo de grandes prejuízos foi o BNP Paribas, localizado na Europa, com perda de US$ 2 bilhões de dólares, além dos saques realizados por investidores e pessoas físicas temerosas de que suas "poupanças" fossem evaporar tanto quanto a liquidez que existia no fundo lastreado da entidade européia.

O efeito cascata registrado no mercado de ações deveu-se, como comentado acima, à súbita falta de liquidez atrelada ao subprime. Quando os investidores souberam que a crise dos créditos podres (conforme é conhecida a linha de crédito nos EEUU, representando míseros 10% de todo o crédito imobiliário), buscaram logo retirar o capital aplicado nesse tipo de título e, como praticamente o dinheiro desapareceu, os bancos ficaram na obrigação de lastrear os saques das pessoas com a retirada de milhares de dólares aplicados (via liquidação de posição) tanto nos países desenvolvidos quanto nas ações e títulos públicos dos países emergentes. A Bovespa sofreu queda de 3,3%, o que contribuí para a elevação da taxa do dólar (pela relação oferta x demanda).

Novamente, a postura da Reserva Federal (banco central dos Estados Unidos) foi de atraso mediante à tensão tonitruante dos mercados no dia 09/08/2007. Por outro lado, o poderoso BCE lançou logo na abertura cerca de U$ 95 bilhões de euros no mercado, evitando o aumento excessivo dos juros e concedendo a liquidez necessária para o financiamento, ao menos provisório, das estruturas de capital. Não podemos, no entanto, considerar que a economia americana está à beira da recessão, visto que há segurança sim no tocante à divida externa (sustentada pela China e os tigres asiáticos, por meio dos títulos de renda "fixa", atrelada à taxa de juros do FED). Outrossim, há dados atualizados do Departamento de Comércio dos Estados Unidos que demonstram o aumento dos lucros das empresas, da ordem de 7,2%, em base anualizada e, ademais, manutenção das taxas de consumo em alta e a o aumento do emprego.

A posição do Brasil diante dos últimos acontecimentos é de estabilidade, conforme afirmado até pelo presidente Lula (que nada entende de economia). Mas há opinião mais categorizada, como a de Michael Woolfolk do Bank of New York Mellon, que baliza a opção de direcionamento de divisas para nosso país, tendo em vista alguns aspectos em particular:

Para quem possa interessar, confiram a reportagem "The Changing Face of Latin America" publicada na revista Global Finance, a qual existe link direto neste blog. Ela fala um pouco sobre as diversas facetas do sistema político das Américas.




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