Mais uma forma de rent-seeking, com provável autoria lusa, ao nível do melhor que se faz no mundo (somos palermas ou quê? - ora veja aqui): «(1) uma "rapariga loura, de olhos azuis, distinta no trato e na apresentação", contacta um agente imobiliário, junto de quem sinaliza contrato-promessa para aquisição de apartamento em condomínio fechado com piscina; (2) como "sinal", entrega ao referido intermediário quinze mil euros, em notas; (3) dois dias depois, a rapariga regressa, mas, desta vez, "com um bebé ao colo [...] saia comprida e lenço na cabeça"; (4) aparentemente, pretende mostrar o condomínio a outros familiares que vêm com ela; (5) as crianças, vestidas e calçadas, atiram-se "para dentro da piscina, obrigando as restantes pessoas a abandonar o local"; (6) no dia seguinte, «formou-se uma espécie de acampamento junto à piscina»; (7) chamada ao local, a GNR declara-se impotente para dirimir o "conflito de interesses"; (8) um dos cunhados da rapariga declara querer comprar um apartamento, "e pago já"; (9) a imobiliária recusa vender, e a família cigana queixa-se de discriminação; (10) o episódio termina com o pagamento (à rapariga), em dobro, do "sinal", solução que desvincula a imobiliária do contrato-promessa. O estratagema terá sido repetido com idêntico desfecho noutros condomínios.» Também se pode chamar a isto "a vingança do cigano": o discriminado usa a discriminação para extorquir uns cobres. A coisa até pode ser vista como um processo de clarificação, um "market clearing" social, uma indemnização por danos morais que tem a vantagem de ser mais rápida e mais barata do que a via sacra dos tribunais. Que designação dar a esta inovação: "ciganagem"? A notícia veio no Público, é relatada no blogue http://puraeconomia.blogspot.com/2005/10/ciganagem.html |