Regional Economic Outlook: Europe - Parte 2
Economia

Regional Economic Outlook: Europe - Parte 2


Prosseguindo ao intento de informar às pessoas sobre a condição econômica da Europa, parto agora para a questão analítica do sistema financeiro do velho continente.

Com o sistema financeiro europeu sendo testado de forma rigorosa pelo seu liame com os eventos ocorridos no mercado hipotecário americano, a integração intra-continental é, mais do que nunca, indispensável à sustentação da pujança creditícia verificada dentro de um horizonte temporal (1995-2006) por meio do gráfico abaixo. Isso devido a um ambiente de taxa de juros baixa, somado à busca de engrandecimento da base produtiva, via investimentos (por sua vez, destinado a sustentar o consumo).

O aumento das alternativas disponíveis para a obtenção de retornos crescentes sobre aplicações financeiras: derivativos, junk bonds, death bonds e etc., contribuindo para sinergia positiva entre os bancos e canais intermediários de crédito (no varejo e no atacado). As vantagens advindas do fluxo crescente de divisas é a ocorrência dos ganhos de escala, isto é, a oportunidade de redução dos custos, tanto para os credores, como para os devedores (em teoria, os países, através de seus déficits em conta corrente) e o prolongamento do perfil das dívidas para um prazo mais longo. E os benefícios da consolidação bancária não param por aí, a se destacar a transferência de tecnologia e capacidade administrativa para empresas e pessoas físicas (o que seria importante no Brasil, porque crédito barato não garante o desenvolvimento. É necessária a educação em relação ao dinheiro).

A turbulência, pela sua postura globalizante de rápida disseminação pelo sistema financeiro, conduz, amiúde, os responsáveis pela regulamentação do setor a uma postura degenerativa, isto é, com vistas à diminuição da atividade creditícia, influenciando, inclusive, a economia real. Uma aproximação benquista seria aquela que identificasse os prós e contras das inovações existentes, impondo as devidas “restrições”, se assim fosse necessário. A zona do EURO não pode permitir que a produtividade baixa do setor financeiro, já registrada no período 1996-2003, seja novamente a principal culpada pela diferença da produtividade total dos fatores para com os Estados Unidos, por exemplo, da ordem de 50%.

O processo de privatização ocorrida nos anos 1980 e 1990 contribuiu para o incremento na eficiência e na competição, adjunto às medidas de qualificação para alistamento nas bolsas de valores (protegendo o investidor de fraudes), fortaleceu deveras a participação de uma gama de players, propiciando a liquidez tão desejada por todos. Depois de 2000, a queda progressiva das barreiras para penetração intra-continental obrigou os bancos a desenvolver novos produtos com postura internacional. Colaborando ainda para o patamar positivo desta década, observou-se a prática de joint ventures entre as maiores bolsas européias (como no caso da Euronext), o que reduziu os custos na transferência de ativos pelas ramificações acionárias. A rapidez conta muito na hora de assegurar o melhor retorno sobre as suas posições.

Outra preocupação latente do documento é com o envolvimento do setor público na administração de bancos privados, o que poderia levar à queda de eficiência do sistema como um todo, visto que há possibilidade de surgir distorções no que tange à política de empréstimos (como favorecimento de taxas de juros para um setor em particular). A exemplificar a atitude correta de responsabilidade governamental, cita-se o caso da Itália: a qual encetou um processo tardio de privatização do setor bancário nos anos 1990 (apoiando a entrada dos mesmos no mercado acionário). Depois de cimentar a base creditícia popular (bancos e intermediários), a própria bolsa de valores italiana foi privatizada, o que deu origem a uma instituição chamada Borsa Italiana, de compromisso principal com a modernização dos códigos de conduta para listagem (Preda Code), além de propiciar diversos segmentos (níveis, à semelhança do que ocorreu na Bovespa nos últimos anos) para que as empresas escolhessem o módulo de menor custo e de maior impacto no que diz respeito à alavancagem. E o investidor não-institucional mereceu atenção, tanto que foi gerada a (Draghi Law), responsável pela equiparação de direitos entre os maiores e menores acionistas, diante de qualquer abuso contábil. Em suma, qualquer operação passa pelo escrutínio dos “donos” da empresa.


OBS: obtive, na semana passada, uma cópia dos últimos documentos da OECD para a América Latina. Exclusivo!!



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