Economia
PROBLEMAS Á VISTA!
Conforme já comentado neste espaço sobre o preço do barril de petróleo, hoje no VALOR Roubini alerta para risco de dupla recessao devido à crise no Egito.
SÃO PAULO – O impulso aos preços do petróleo - recentemente fruto da crise política do Egito - pode fazer com que algumas economias desenvolvidas experimentem uma dupla recessão. O alerta é do economista Nouriel Roubini, conhecido por ter previsto a crise financeira mundial.
“Este aumento (do petróleo) e a consequente elevação dos preços de outras commodities, especialmente alimentos, pressiona para cima a inflação no já superaquecido mercados dos emergentes - onde o petróleo e os preços dos alimentos representam cerca de dois terços da cesta de consumo -, tem também efeitos negativos no comércio e gera choque de renda nas economias avançadas, recém-saídas da recessão”, afirmou o economista, em artigo publicado no jornal britânico Financial Times.
Segundo ele, não é possível saber em qual grau haverá um contágio da crise no Egito para os demais países produtores de petróleo da região. Mas Roubini alerta para o fato de que grande parte das recessões já verificadas seguiram instabilidades no Oriente Médio e suas pressões sobre o preço do petróleo.
Ele cita a guerra do Yom Kippur, em 1973, que provocou um forte aumento no preço da commodity, levando à estagflação global; a revolução iraniana em 1979, que desencadeou a recessão de 1980; e a invasão iraquiana do Kuwait, em agosto de 1990.
Os preços do petróleo também tiveram um papel importante na recessão global mais recente. Os EUA entraram em recessão em dezembro de 2007, após o estouro da bolha do subprime, mas isso se tornou mundial, apenas no Outono de 2008.
“Essa recessão global não foi provocada apenas pelo dano colateral da falência do Lehman. No verão de 2008, os preços do petróleo duplicaram em cerca de 12 meses. Isso foi muito negativo para o comércio e gerou um choque da renda real e não apenas para os EUA, a maior parte da Europa e Japão”, afirmou o economista.
Roubini alerta ainda para os riscos de que os protestos contra os governos do Oriente Médio não gerem democracias estáveis, mas provoquem o nascimento de regimes mais radicais e instáveis. Ele classifica como desapontadoras as experiências recentes de “eleições livres” e “democracia” no Oriente Médio.
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