Hoje quero ressaltar aqui a importância da liberdade e das liberdades individuais como parte necessária da busca da felicidade, isto significa que nenhuma engenharia social poderia mostrar o caminho da felicidade a pessoa, apenas ela própria poderia escolher este caminho, porque achar que está no caminho certo, é de fato estar no caminho certo.
Utilizarei como referencial teórico, duas teorias que admiro, o hedonismo e o existencialismo. Elas são distintas, mas convergem na questão da liberdade.
Em uma sociedade democrática, o desejo da maioria, deve ser seguido pelos governantes. Como a moral hedonista é hegemônica na sociedade e seu objetivo é a busca da felicidade, o Estado deveria atuar com o objetivo de promover a maior felicidade possível para seus cidadãos, à maximização da felicidade deveria ser o objetivo do Estado.
Já expliquei, pessoalmente e por escrito, a “minha” tese da felicidade relativa, da renda relativa, dos bens sociais, etc... em contraponto com o crescimento econômico pura e simplesmente; especialmente nos paises desenvolvidos, onde este acréscimo de renda levaria apenas ao consumismo.
Além desta tese, afirmo agora que as liberdades individuais são necessárias neste projeto de maximização da felicidade coletiva.
Tanto a moral hedonista como a existencialista, partem do pressuposto de que existem diferentes morais válidas, elas defendem a busca da liberdade, sendo este o norte da atuação política.
Na moral hedonista há diferentes morais nos diferentes indivíduos (a tal da Genealogia da Moral, “ciência” criada por Nietzsche) sendo esta moral definida por uma serie de razões; a genética, a infância, a cultura, a sociedade, etc...
Na moral existencialista o homem se escolhe, se constrói, cria sua própria moral. Moral que será influenciada pela sociedade, mas em ultima instância é sua, é única. E deve ser assim mesmo, isto é, a moral não deve ser imposta pela sociedade, mas construída pelo próprio individuo.
Portanto diferentes indivíduos têm diferentes morais, e vêem diferentemente os mesmo fatos, sente prazer e felicidade de modos diferentes, não existindo uma moral certa ou errada, mas apenas morais diferentes.
Hedonismo:
É um consenso que os diferentes indivíduos buscam o prazer e a felicidade como objetivo em suas vidas, contudo eles divergem em como alcançar este objetivo.
A felicidade se encontraria, em poder seguir o caminho que ele próprio escolheu, mesmo não sendo o certo, pois basta achar que ele está no caminho certo, para de fato estar no caminho certo. Para o prazer e a felicidade, a impressão é tudo e ninguém vai contestar a sua opinião.
No caminho para a felicidade não se deve utilizar regras e valores exteriores a si próprio como manual de conduta, mas, construir a sua própria moral e a sua conduta. Não se deve ter vergonha de seguir as vontades do corpo, e sim evitar conflitos internos; corpo x mente, consciente x inconsciente.
Existencialismo
Todos deveriam defender a liberdade (ela seria um bem com externalidades positivas, hahaha), pois ela precisa existir para todos, para que os indivíduos sejam realmente livres.
A busca da liberdade coletiva é também a busca da liberdade individual. Agir pela liberdade é agir corretamente; em contraponto ao não-escolher, a má-fé, a servidão voluntária.
É importante que cada pessoa possa traçar o seu próprio caminho em busca da felicidade, em contraposição às engenharias sociais: ideológicas (socialismo real; ex: URSS ) ou religiosas (teocracia, ex: Irã).
Eu acredito que tanto a moral hedonista, como a existencialista, indicam a busca da liberdade individual e coletiva; seja como meio (hedonismo), seja como fim (existencialismo), mas sempre como valor inegociável e necessário para um mundo melhor.
Por: André Greve Pereira