A felicidade é principal objetivo dos homens individualmente, já o principal objetivo dos governos é o crescimento econômico e não a felicidade geral.
Recentemente assisti à monografia de Ana Carolina lá na faculdade (FCE-UFBA) sobre a economia da felicidade. Ela comprovou a tese do economista Eduardo Gianneti em seu livro “Felicidade” que era a seguinte: O crescimento econômico só aumenta o índice geral de felicidade quando tira as pessoas da pobreza, depois disso o crecimento econômico não traz um aumento de felicidade absoluto para o conjunto da população.
Exemplos (Ganneti): Os níveis de felicidade agregados dos EUA e Japão praticamente não se alteraram de 1960 ao ano 2000, apesar de sofrerem variações anuais.
Outra tese que a Ana Carolina demonstra é a de que dentro de uma sociedade as pessoas mais ricas são mais felizes que as mais pobres. A felicidade dentro de uma sociedade é um jogo de soma zero em que pra um ganhar, outro tem que perder. Que o sucesso (relativo) de uma pessoa é o fracasso (relativo). Que os bens de prestigio e conforto, trazem prestigio e conforto apenas se o outro não o tiver.
Combinando estas duas teses é possível perceber a validade da busca da felicidade como busca pela riqueza à nível individual. A nível coletivo (um pais, um sociedade) esta tese é falsa, tendo validade apenas quando o crescimento econômico tira pessoas da pobreza.
Uma coisa é certa, se considerarmos a busca da felicidade coletiva como principal principio ético, veremos que o combate a pobreza deve ser o grande objetivo dos governos e das instituições internacionais, e não o crescimento econômico pura e simplesmente.
Por: André Greve Pereira
Notas:
- Para se medir o numero de pessoas felizes foram feitas as mesmas pesquisas de opinião, com as mesmas perguntas em vários anos seguidos. Quando isto ocorre por 20, 30, 40 anos seguidos é possível analisar apenas as modificações estruturais da sociedade.
- Não se auferiu empiricamente se a redução das desigualdades de uma sociedade aumenta ou diminuem a felicidade geral, o que poderia levar em conclusão de que o socialismo seria a solução. O que fica claro é que retirar pessoas da pobreza aumenta a felicidade.
“O crescimento compra felicidade nos países extremamente pobres, mas a partir do momento em que a nação atinge determinado nível de renda (...), acréscimos adicionais de renda não mais se traduzem em ganhos de bem-estar subjetivo;”
“Décadas de forte crescimento econômico nos Estados Unidos, Europa e Japão na segunda metade do século XX muito pouco ou nada alteraram as proporções de indivíduos felizes e infelizes na população dos respectivos paises”
Eduardo Giannetti em seu livro “Felicidade” Editora Schwarcz, 2002, paginas 62 a 69