“Viva o que é bom” este é o slogan da Coca-Cola, isso é sintomático da força e a penetração da filosofia hedonista nas pessoas. A busca pelo prazer, pela diversão, esta é a principal moral da nossa geração, ou como diria boxel (quem te viu e quem te vê, meu amigo); “essa geração sabe o suficiente pra não querer saber de nada”.
A busca da felicidade esta presente na motivação consciente da grande maioria das pessoas, contudo fomos condicionados socialmente, a assimilar outras morais e éticas que inconscientemente competem com as nossas decisões conscientes.
Como vimos na reunião passada, deus e as religiões foram necessidades sociais históricas, por isso que nunca existiu uma sociedade atéia, as religiões foram incríveis construções humanas para justificar uma série de coisas que precisavam ser justificadas. Contudo para este texto, a existência de deus ou não, é irrelevante. A questão é quanto desta tradição ainda esta presente no nosso inconsciente, disputando espaço com nossas decisões conscientes (hedonistas em geral).
Segundo Michel Onfray é preciso “produzir no ocidente as condições de uma verdadeira moral pós-cristã, em que o corpo deixa de ser uma punição, a terra um vale de lagrimas, a vida uma catástrofe, o prazer um pecado, as mulheres uma maldição, a inteligência uma presunção, a volúpia uma danação”
“A religião habita a língua, os costumes e os usos, esta presente nos nomes, na estrutura das cidades, na seqüência do calendário, na arte, no direito, na própria maneira como concebemos o corpo, com seus desejos baixos, suas víceras sombrias, sua coragem no peito, seu nobre pensamento na cabeça, seu espírito.”
Michel Onfray inicia seu livro, “A Arte de Ter Prazer”, com um capitulo sobre a genealogia de sua moral (seguindo aqui uma metodologia criada por Nietzsche) na qual após um enfarte aos 28 anos descobre como a vida é curta e como é importante curti-la.
Em seu livro Onfray, demonstra os conflitos internos (os desejos do corpo contra os desejos da mente) de vários filósofos e pensadores ao longo da história. O corpo responde a esses conflitos com a somatização, sendo esta, a causa das mais variadas doenças, assim como a ausência deste conflito amplia as fronteiras do pensamento e permite a criação das maiores obras da humanidade.
Seriam estes conflitos (corpo x mente, consciente x inconsciente, hedonismo x tradição cristã) uma das causa do mal estar da civilização? Ou, sendo mais pratico, será que resolver este conflito não pode melhorar a sua vida?
Até domingo.
“viver de modo que imperiosamente desejes reviver, é esse o teu dever” Nietzsche
Por: André Greve Pereira