Economia
JORNAL BRASIL ECONÔMICO
É com satisfação que divulgamos a entrada de mais um jornal neste imenso BRASIL. Especialmente ainda por ser na nossa área de economia. Seja bem vindo BRASIL ECONÔMICO - http://www.brasileconomico.com.br e que traga as informações com a credibilidade que merecemos.
E para sabermos se eles vieram para ficar, pinçamos um texto do Ricardo Galuppo, que é diretor de redação do Brasil Econômico. BOA SORTE!
Nos anos 1980 uma máxima em relação ao câmbio — atribuída ao ex-presidente da Volkswagen do Brasil, Wolfgang Sauer — acabou se transformando em verdade nos corredores da FIESP. Dizia o seguinte: “não importa qual é a taxa de câmbio. Ela estará sempre defasada em 30%”.
Enigmática nos dias de hoje, essa frase tinha o peso de chantagem: numa economia que tinha as exportações como única forma de se obter moeda estrangeira, os exportadores de manufaturados sempre conseguiam o que queriam. Isto é, uma quantidade sempre maior de moeda local em troca dos dólares obtidos no comércio exterior.
Essa imagem me vem à cabeça no momento em que acompanho a crescente valorização do real frente ao dólar. No dia 5 de dezembro de 2008, eram necessários R$ 2,50 para se comprar US$ 1.
Na quarta-feira passada, o mesmo dólar custava R$ 1,75 - uma queda livre de quase 30% em 10 meses. E, pelo ritmo do baile, continuará caindo. Mais: de acordo com o BC, até o final deste ano deverão entrar no país um valor entre US$ 20 bilhões e US$ 30 bilhões.
Esse é o resultado do interesse que os lançamentos de ações e de títulos das empresas brasileiras no exterior têm despertado entre os investidores.
O real continuará sua escalada de valorização frente ao dólar. Conforme Brasil Econômico publicou em sua edição de ontem, é provável que esse movimento prossiga até que se volte à paridade que vigorou nos primeiros meses do Plano Real, em junho de 1994: R$ 1 por US$ 1.
E os exportadores de manufaturados, como ficam? Bem, eles terão de aprender a lidar com essa realidade pois a máxima de Sauer - a dos 30% de defasagem permanente do câmbio - nunca mais prevalescerá.
Da mesma forma que, no início dos anos 1990, as empresas tiveram de aprender a lidar com os concorrentes que surgiram com a abertura do mercado, as companhias atuais terão de se adaptar a essa nova realidade. Terão de se tornar mais competitivas. Como aliás, muitas delas já fizeram.
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