CÍRCULO VICIOSO ECONÔMICO
Economia

CÍRCULO VICIOSO ECONÔMICO


É sempre a mesma história: o governo define a meta quanto ao que precisa economizar (superávit primário) e, no final das contas, não consegue cumpri-la.

O excesso de gastos públicos, devido ao emprego inadequado dos recursos disponíveis (além, é claro, dos desvios milionários) sempre leva o governo federal a pensar no “jeitinho” para manter a economia em ordem.

As estratégias adotadas pelo governo assustam aos brasileiros “antenados” com a realidade do país.

A notícia mais recente diz respeito à possibilidade de novo aumento da carga tributária (como se isso fosse alguma novidade) sobre as contribuições do Programa de Integração Social - PIS e sobre a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS sobre os produtos importados.

Os importados são alvo dos consecutivos aumentos de tributos porque a indústria brasileira precisa proteger os empregos e evitar o encalhe dos estoques. Importados, especialmente os oriundos dos países asiáticos, derrubam a produção brasileira.

Afinal de contas, quem não sabe que qualquer bebida, perfume ou cosmético custa, pelo menos três mais por aqui?

O governo precisa proteger os empregos porque sem eles não há indústria. Não há arrecadação.

O que muitos brasileiros precisam entender é que os nossos problemas são corrigidos de forma paliativa como se a nossa economia fosse uma grande colcha de retalhos.

O grande problema é a base corroída por um sistema tributário injusto e burocrático que onera o comércio e desemboca nos cidadãos comuns e pobres mortais.

Uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP revelou que, em 2012, a indústria de transformação (aquela que transforma matéria-prima em produto acabado) suportou R$24,6 milhões em tributos. Essa cifra representa 1,16% do faturamento e provocou um impacto de 2,6% nos preços, em razão da cumulatividade (regime de tributação que calcula o tributo sobre o faturamento).

Quem mais sofreu com o “leão” foram as grandes empresas que desembolsaram R$13,6 bilhões, seguidas das pequenas com R$6 bilhões e, por fim, as médias com R$5 bilhões.

As quantias são expressivas e tiram o sono de qualquer empresário, seja ele de que porte for.

Lamentavelmente, ainda é a elevada carga de tributos um dos motivos de muita informalidade no país, um fato grave, uma vez que as microempresas e empresas de pequeno porte são responsáveis por noventa por cento da economia.

A título de ilustração, o primeiro trimestre de 2012, 2013 e 2014 registrou arrecadação federal calculada em R$256.849 milhões, R$271.731 milhões e R$293.426 milhões, respectivamente. Os números divulgados pela Receita Federal do Brasil não deixam dúvida dos recordes sobre recordes.

Nosso país precisa de muitas reformas. Uma delas se faz urgente porque redefine o número de ministérios (atualmente, 39) com salários exorbitantes e benefícios surreais.

Reforma tributária é importante, mas há uma base muito ampla corroída e é apenas um ponto no universo.

Cortar custos, empregar melhor o “nosso dinheiro” e cobrar tributo de forma que respeite a capacidade de cada contribuinte, é o cenário desejado por quem visualiza o quanto o governo está perdido na administração do país.

Enquanto isso, em terras distantes, o investidor estrangeiro se amedronta de se estabelecer em território brasileiro. E não apenas por tributação elevada, mas por uma insegurança jurídica que nos deixa reféns e assustados com leis mal planejadas, complexas e que atende a uns e prejudica a outros.

Os brasileiros precisam despertar para o fato de que o país é uma empresa e que todos nós somos sócios. Sócios precisam engordar seu próprio gado.


Foto: imagens.usp.br



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