Brasil e a experiência com o Etanol
Economia

Brasil e a experiência com o Etanol


A atual crise do petróleo e as questões de preservação ambiental fazem com que os biocombustíveis, em especial o etanol, passem a representar alternativas ao setor energético mundial. Essa procura exarceba-se: 1) perante ao aumento registrado desde 2000, segundo dados da Unica e Energy Information Administration, e que atingiu o ápice em 2006, no valor de US$ 75; 2) com publicação do relatório de painel da ONU acerca das mudanças climáticas que o planeta deve enfrentar ainda nesse século; 3) pelo esgotamento dos recursos energéticos não-renováveis.

A história brasileira com o etanol começa ainda no governo Geisel, quando do lançamento do ProÁlcool, amplamente subsidiado pelo governo, com posição pioneira (antes de produção, agora na esfera tecnológica). Lançado foi esse plano devido às intensas dificuldades geradas pela crise do petróleo de 1973 e como paliativo ao intenso endividamento consecutivo à importação do óleo bruto. O tempo passa e as cifras do comércio nacional relativo ao etanol já alcançam US$ 12 bi, no momento em que o governo reassume a adição de 25% de álcool na gasolina, as empresas automobilísticas investem na produção de carros flex e, por fim, a prospecção de petróleo torna-se onerosa.

A produção desse álcool não está reduzida à matéria-prima cana-de-açúcar, mas também ao milho (EEUU), celulose, entre outras. A opção brasileira é marcante pela sua eficiência (6800 litros/hectare, através da cana) contra i.e (3200 litros/hectare nos EEUU, por meio do milho).

Mesmo com essa vantagem comparativa, o custo de transporte - grande inimigo - acaba por dirimir grande parte dessa rentabilidade, indubitavelmente, nas regiões mais distantes dos portos, como a região centro-oeste, visto que a exportação está em alta e superou a marca de 2500 milhões de litros em 2006, segundo à DATAGRO. É importante notar que, majoritariamente, o transporte é feito por meio rodoviário (75%). A solução ao problema da infra-estrutura pode estar na construção de dutos e uso intensivo de ferrovias e hidrovias (investimento nesse sentido estão sendo anunciados pela Petrobras até o final de 2008, inicialmente, com o propósito de construção de um duto que ligaria Goiás à Refinaria de Paulinia, em São Paulo, passando pelas regioões produtoras do Sudeste).

Outro gargalo existente é o déficit de pesquisa e desenvolvimento com o intuito de redução de custos e aumento da produtividade. O governo atual não investe mais de US$ 20 milhões/ano (por meio da Embrapa e outros órgãos públicos de pesquisa, entre eles, as universidades federais) o que, tristemente, é comparado aos EEUU, com cifras de US$ 350 milhões/ano do setor público e mais de Us$ 2 bilhões advindos do setor privado (Bill Gates - Microsoft - e Sergey Brin e Larry Page - Google). Segundo Fernando Reinach - diretor da VNN Votorantim Novos Negócios - "num cenário de 30 anos, os Estados Unidos tendem a utilizar essa tecnologia adquirida para reduzir drasticamente os custos de produção" ao mesmo tempo que "se o Brasil não investir em pesquisa, não conseguirá manter os custos dirimidos".

Para informações técnicas, acessar http://pt.wikipedia.org/wiki/Etanol
Agradeço colaboração da Revista Exame, como também da Revista Custo Brasil e Revista Ações e Mercados.



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