Economia
bicarbonato de "Sodia"
Como referi no
post anterior, a Sodia foi uma empresa inventada por um dos governos Guterres, o dos independentes - e foi o independente Augusto Mateus que inventou a coisa. Tratou-se de um problema parecido com o da Bombardier: uma empresa que se instalou em Portugal beneficiando de fortes apoios públicos, que esmifra o que há para esmifrar e depois pira-se. No caso da Renault, para além de financiamentos públicos, beneficiou do sistema de quotas na importação de veiculos ligeiros familiares, que penalizava os Corsas e equivalentes em benefício dos Clios.
A Sódia, durante anos, lá foi queimando dinheiro público, processo devidamente camuflado por detrás das máscara empresarial e dos processos de desorçamentação. Caiu no esquecimento e agora que podia servir de lição para o caso Bombardier, já ninguém se lembra - nem os neo-liberais de plantão.
Em 17 de Março de 2003 Durão Barroso rubricou a Resolução do Conselho de Ministros nº 39/2003, iniciando o "processo conducente à dissolução da Gestnave" (outra história por contar), onde se pode ler esta pérola:
«Alguns dos pressupostos inicialmente estabelecidos, nomeadamente quanto ao número de trabalhadores [que deviam estar] ao serviço da GESTNAVE, sofreram importantes alterações durante o tempo entretanto decorrido, sobretudo através da transferência dos trabalhadores da ex-Sodia Renault para empresas que se encontram no perímetro de consolidação integral da GESTNAVE.»
Eis para que serviu a Sodia: para "salvar empregos" que depois foram injectados na Gestnave e a ajudaram a levar à falência. Imagino que alguns empregos foram mantidos durante mais uns anitos - mas a que preço?
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