Água mole, pedra dura, tanto bate até que fura
Economia

Água mole, pedra dura, tanto bate até que fura


Também aderi à brincadeira de analisar os ditados populares sob o prisma da teoria econômica. Para dar seguimento nessa empreitada, a análise será sobre o “água mole, pedra dura, tanto bate até que fura”. Esse é um dos mais famosos entre todos os ditados populares.

Vou começar minha observação com um simples exemplo: suponhamos que exista um restaurante onde você come todos os dias, de tal sorte que você fica tão satisfeito com o tipo de comida que lá é servida que você nem pensa em comer em outro lugar. No entanto, seus amigos lhe informam que existe outro restaurante com qualidade e variedade superiores, além do preço do buffet ser menor. Mesmo assim, você não arreda pé: continua se esbaldando no mesmo lugar. Ora, não seria uma escolha racional da sua parte migrar para o outro restaurante, já que o mesmo apresenta vantagens significativas? Nem sempre isso acontece, porque muitas vezes nossos hábitos e costumes acabam regindo nossas decisões econômicas. Acontece que, num belo dia, o seu restaurante está fechado para reformas. Você deve, então, procurar outro lugar para comer. Influenciado pelas dicas de seus amigos, você se dirige ao restaurante indicado e comprova que tudo o que eles falaram era verdade. Uma decisão se consolida em sua cabeça: a partir daquele momento, esse será seu restaurante que vai satisfazer suas necessidades calóricas diárias.

Podemos também pensar no modelo de “Learning By Doing”, de Arrow. Imagine um que um trabalhador hipotético seja contratado por uma empresa qualquer. Em alguns casos, o primeiro vínculo empregatício entre trabalhador e empresa se dá através de um estágio probatório. Porque isso ocorre? A resposta é simples: durante o período de estágio, o trabalhador tem contato com as rotinas do seu trabalho, ficando cada vez mais habilidoso no desempenho de suas tarefas e aprendendo com seus erros. O trabalhador “aprende fazendo”, tornando familiares mesmo os processos que requerem uma maior quantidade embarcada de conhecimento. Terminado esse período, o trabalhador é considerado “produtivo” pela firma, de modo que o mesmo é efetivado e seu salário corresponde ao produto marginal do seu trabalho. A aprendizagem e, conseqüentemente, os ganhos de habilidade continuam, e essa é justamente uma das fontes de economias de escala por parte das firmas.

Repararam como, nos dois casos, a “pedra furou”?

Eu realmente torço para que essa brincadeira pegue. Faça você também, leitor. Você vai ver como ela é sadia.




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