Tradução - Revista The Economist - The flight from the rouble
Economia

Tradução - Revista The Economist - The flight from the rouble


Na esteira da crise financeira mundial, um dos problemas que se segue é a desvalorização da maioria das moedas dos países em desenvolvimento, como se pode comprovar pelo exemplo russo. Abaixo, você acompanha um pequeno artigo publicado em inglês na revista The Economist, o qual pode ser visualizado no link http://www.economist.com/world/europe/displaystory.cfm?story_id=12641926 , traduzido eficazmente para a atualização dos leitores do presente blog sobre como a Rússia está combatendo este problema, ou ao menos, tentando.

Economia Russa

O vôo do rublo

Moscou - Russos (e o seu próprio governo) acordam para os incisivos problemas econômicos existentes.

Os líderes russos gostam de irradiar confiança e falar despretensiosamente sobre as crises financeiras. Porém, histórias de demissões, salários não-pagos e férias coletivas estão tendo mais impacto. O governo acusa os Estados Unidos e insiste na estabilidade do rublo;contudo, empresas russas e a população apressam-se para trocar seus rublos por dólares. Agora, após gastar US$ 57 bi defendendo o rublo em dois meses, o Kremlin está preocupado. Nesta semana o presidente Dmitry Medvedev reconheceu que a crise está espalhando-se para a economia real.

Atrasos salariais aumentaram em um terço no mês passado. O crescimento da produção industrial, em 5.4% na primeira metade do ano, quase parou. O Banco Mundial prevê que o crescimento econômico irá cair pela metade, ficando em 3%. O incremento dos preços dos petróleo e o crédito barato - as duas fontes de dinheiro para a economia russa - seguiram trajetória reversa. Em menos de 5 meses, o mercado acionário perdeu dois-terços do seu valor.

Em teoria a Rússia deveria estar preparada para uma queda nos preços do petróleo. Ela possui um grande fundo de estabilização e, mundialmente falando, a terceira maior reserva. Mas mesmo salvando dinheiro, a Rússia vinha permitindo às empresas, incluindo as estatais, adquirir empréstimos baratos no exterior. De acordo com o Banco Mundial, cerca de 85% da entrada de capitais no país adviram de débitos (em dólares). O resultado é que, embora a Rússia possua US$ 475 bi em reservas, o débito externo (em sua maioria, privado) é maior. Pela primeira vez desde 1998, pode estar ocorrendo um déficit em transações correntes.

Rory MacFarquhar, um economista da Goldman Sachs, diz que a preocupação imediata é o rublo. A política seria de parar a apreciação rápida do rublo quando os preços do petróleo estivessem altos. Agora o Banco Central deve impedir a desvalorização do rublo. Como Mr. MacFarquhar expõe a situação, as reservas russas eram destinadas a contrabalançar quedas temporárias do preço do petróleo, não para manter a moeda em nível errado.

De início o governo tentou culpar especuladores internacionais por colocarem pressão no rublo, mas logo ficou claro de que a pressão real vinha de dentro da Rússia. Igor Shuvalov, o primeiro deputado primeiro-ministro, diz que a fuga de capitais é resultado de firmas trocando rublos por dólares, com o intuito de pagar débitos de curto-prazo a estrangeiros ou para se auto-protegerem contra flutuações cambiais. Isso tem prejudicado a tentativa governamental de injetar liquidez no sistema bancário.

Natalia Orlova, economista no Alfa Banco, diz que não-pagamentos entre bancos e firmas são problema crescente. Aumento nos atrasos saláriais sugere que os não-pagamentos irão, ademais, contribuir para redução do consumo, a principal fonte de crescimento nos anos recentes. (Burocratas estatais e aqueles trabalhando para a Gazprom, a gigante petrolífera estatal, parecem estranhamente insulados desde problema).

No dia 11 de novembro o BC permitiu que o rublo depreciasse contra uma cesta de moedas em 1%. Ao mesmo tempo, elevou as taxas de juros em 1%, chegando à 12%, com o objetivo de estancar a saída de capitais. Contudo, a última ação torna a situação ainda mais complicada, pois sinalizando que a depreciação do rublo será gradual, encouraja as pessoas a mudar rublos por dólares antes do próximo movimento cambial. Sergei Ignatiev, chefe do BC, diz que as taxas de juros deveriam aumentar acima da inflação, a qual se localiza em 14% desde outubro. (Até agora, a Rússia tem tido taxas de juros reais negativas). Mas dadas as extensões da corrupção pública e da burocracia, os negócios de pequeno e médio-porte russos irão sofrer.

O banco central está encalhado entre uma rocha e um local duro. Defender o rublo contra futuras depreciações irá sangras as reservas. Aumentar as taxas de juros sem liberalizar a economia pode acabar por sufocá-la. Depreciar o rublo de uma só vez ajudaria agora, Mr. MacFarquhar argumenta, entretanto é politicamente impossível pois o governo (especialmente Vladimir Putin, o primeiro-ministro) tem trabalhado duramente para manter a sua reputação de preservador da moeda forte.



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