Já tínhamos aqui referido o mistério da "existência" de mais mulheres do que homens, o qual na imaginação masculina assume proporções que vão desde "2 para 1" até "7 para 1" [1]. Parte do mistério pode ter sido desvendado por Lena Edlund, que publicou no Scandinavian Journal of Economics o artigo "Sex and the City" |
«Nas áreas urbanas do mundo industrializado, as mulheres jovens são mais numerosas do que os homens jovens. Este paper propõe que esse padrão possa estar ligado a rendimentos mais elevados para os homens, nas áreas urbanas. O argumento é que as áreas urbanas oferecem melhores mercados de trabalho aos trabalhadores qualificados. Assumindo que existam mais homens qualificados do que mulheres qualificadas, isto traduzir-se-ia num excedente de homens. Contudo, a presença de homens com elevados rendimentos pode atrair, não apenas mulheres qualificadas, mas também mulheres não qualificadas. Assim, o excedente de mulheres em áreas urbanas pode resultar de uma combinação de melhores mercados de trabalho e casamento. Os dados dos municípios suecos suportam estes resultados»
Lena Edlund, continua que vais no bom caminho.
Imaginem só se fosse um homem a escrever isto... Não há dúvida de que "os mercados não dormem". Por outro lado, o estudo de David G. Blanchflower e Andrew J. Oswald "Money, Sex and Happiness: An Empirical Study" aborda as ligações entre o rendimento, o comportamento sexual e a felicidade admitida, numa amostra de 16 mil americanos adultos. |
«O estudo mostra que a actividade sexual participa fortemente - e positivamente - nas equações da felicidade. Rendimentos mais elevados não permitem "comprar" mais sexo ou mais parceiros sexuais. As pessoas casadas praticam mais sexo do que as solteiras, divorciadas, viúvas ou separadas. O número de parceiros sexuais que maximiza a felicidade é 1. As mulheres com elevados níveis de educação tendem a ter menos parceiros sexuais. A homossexualidade não tem um efeito estatístico significativo na felicidade.»
[1]-Sem esquecer aquele filme de Stanley Kulbrick em que o Dr. Strangelove, como estratégia de sobrevivência a um holocausto nuclear, propõe povoar grutas com seres humanos pré-seleccionados, na proporção de 10 mulheres para cada homem". |