Economia
Quem deve crescer? O PIB ou o Governo?. Uma visão panorâmica!
Logo após o lançamento do Plano Real, o Brasil foi identificado pela comunidade internacional com o país dos déficits gêmeos - do balanço de pagamentos (devido ao câmbio fixo) e das contas públicas (fim do imposto inflacionário). No primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, registrou-se a crise de 1998, quando as reservas cambiais acabaram e a dívida pública consolidada dobrou em relação ao PIB.
Pois bem, quando o governo brasileiro percebeu que não havia possibilidade de sustentação do câmbio fixo a não ser que o déficit na balança de pagamentos fosse aumentado (além da questão da crise, é claro). Devido ao exposto, passou a vigorar o câmbio flutuante que contribuiu para um ajuste da balança de pagamentos (inicialmente, pela desvalorização de nossa moeda em relação ao dólar e, posteriormente, pelo aumento dos valores das commodities no mercado mundial). É interessante notar que, nos últimos cinco anos, o crescimento da economia mundial manteve-se em 5%, enquanto o Brasil patinou nos seus 2,76%.
POR QUE O BRASIL NÃO CRESCE?
A reflexão recai sobre o projeto escolhido pelo governo no tocante ao desenvolvimento. Analisando friamente, constata-se que quem está crescendo é a estrutura estatal e não o PIB. Em resumo, a receita utilizada é: aumento dos gastos correntes (via carga tributária) e corte nos investimentos públicos.
ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS
-A meta de superávit primário (discutido em artigo anterior) é sustentada pelos aspectos acima, entretanto, não tem sustentabilidade no futuro, sem uma reforma administrativa (além da tributária, judiciária, política), isto é, deve-se urgentemente reduzir os gastos correntes (um dos motivos a serem citados para explicar essa dificuldade no controle advém da Constituição de 1988, a qual concedeu diversos direitos à sociedade, esquecendo, porém, da contrapartida arrecadatória).
- Aumenta o spread bancário, via cunha fiscal (IOF, IR, CPMF), a qual aumento o lucro dos bancos pois força a taxa de juros para cima e diminui a disponibilidade de crédito para o investimento (como a taxa SELIC ainda é alta, os bancos preferem aplicar em títulos públicos).
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