No dia da privatização do campo de Libra era possível ver pessoas defendendo o antigo slogan “o petróleo é nosso” e afirmando que a Petrobras era capaz de explorar sozinha a área que foi a leilão. Seria interessante que esses nacionalistas analisassem o nível de endividamento do Petrossauro em relação a sua geração de caixa, antes de exigir mais investimentos por parte dessa empresa. Ainda assim, não quero entrar nessa discussão. Na verdade, gostaria de mostrar que acreditar naquele slogan anacrônico traz mais custos do que benefícios para o Brasil. Para tanto farei uma análise histórica do nascimento dessa frase que surgiu no fim da década de 1940. Nesse período, o debate sobre como deveria ocorrer a exploração do “ouro negro” ganhou muita força no Brasil.
De um lado estavam os nacionalistas que defendiam que uma empresa brasileira deveria tocar todos os projetos relacionados ao setor de petróleo, uma vez que tal commoditie era de suma importância para o desenvolvimento do país. Além do mais, estes não queiram deixar um bem tão precioso nas mãos das gigantes do petróleo, “As Sete Irmãs”, que dominavam o mercado do produto a nível mundial. Foram os nacionalistas que criaram o slogan “o petróleo é nosso”, patrocinado pelo Centro de Estudos e Defesa do Petróleo.
Do outro lado, estavam os “entreguistas” que defendiam que a exploração do petróleo deveria ser tocada pela iniciativa privada, uma vez que o país não possuía capacidade tecnológica, mão de obra qualificada e capital suficiente para desenvolver o setor para atender a demanda nacional.
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