A microeconomia define o comportamento free rider como sendo aquele em que um ou mais agentes econômicos acabam usufruindo de um determinado benefício proveniente de um bem, sem que tenha havido uma contribuição para a obtenção de tal. Esse problema surge na provisão de um bem público, já que o mesmo tem como características a não-rivalidade e a não-exclusividade, ou seja, a ele não pode ser atribuído um direito de propriedade. Dessa forma, “os indivíduos não têm incentivos a pagar tanto quanto o bem realmente vale para ele”. E é justamente por isso que a provisão de bens públicos é menor que a socialmente desejada.
Para facilitar a compreensão desse tema tão relevante, vamos tratar de dois exemplos: o primeiro caso aconteceu na temporada de Fórmula I do ano passado, onde o espanhol Fernando Alonso acusou com veemência o até então companheiro de McLaren, Louis Hamilton, de estar utilizando os mesmos ajustes de seu carro. Nesse caso, Hamilton estaria pegando carona (note que aqui o emprego do termo é quase literal), tendo em vista que o piloto inglês não estaria contribuindo de alguma forma para obter o benefício do acerto de sua máquina. Alonso, dessa forma, desmerecia as vitórias de Hamilton, mas saber quem está certo e quem está errado foge do escopo desse blog.
Vamos supor também uma agência fictícia especializada na produção de informações sobre papéis negociados na Bolsa de Valores. Supondo que o investidor A seja cliente dessa agência e pague uma quantidade x de unidades monetárias para ter conhecimento das ações que, segundo a empresa, apresentam as maiores possibilidades de ganho, um investidor B pode obter o mesmo benefício ao repetir as compras de A, sem que para isso tenha incorrido no custo de x unidades monetárias.
A solução para esse problema não é simples, tendo em vista que a utilidade envolvida dos agentes pode ser diferente, de modo que uma determinada pessoa pode atribuir um valor maior ao uso de um bem do que outra. Ou seja, fazer com que, no segundo exemplo, o investidor A e B paguem 50% cada pelo uso da informação, não seja a melhor opção.