O ataque dos geiselistas
Economia

O ataque dos geiselistas


Eu nunca entendi o fascínio, o verdadeiro tesão enrustido, que os economistas “de esquerda” do Brasil têm pelas políticas econômicas adotadas pelo regime militar nos anos 70 e que causaram uma desaceleração de crescimento que durou mais de 20 anos.

A última de nossos geiselistas redivivos foi estabelecer barreiras de entrada ao mercado automotivo brasileiro via tributação seletiva, em nome de... seja lá o que for que essa jumentada chifruda acredita além de reciclar políticas fracassadas dos governos militares.

Pois não posso dizer qual foi o objetivo do aumento seletivo do IPI para veículos.

Mas qualquer economista não-babão pode dizer o que este aumento acarreta:

(1) cria uma barreira à entrada de novas montadoras no Brasil (devido à necessidade de conteúdo nacional mínimo);

(2) permite que as montadoras aumentem seus preços (e não adianta o jumento mugir, que é isso que vai acontecer);

(3) permite que as mesmas montadoras continuem operando a um custo acima do mínimo eficiente (porque não estão sujeitas às pressões competitivas);

(4) reduz o emprego na indústria automobilística no longo prazo, já que a barreira à entrada de novas montadoras tem o efeito direto de reduzir o emprego no setor, assim como a ausência de pressão para redução de custos e a proteção ao mercado doméstico reduzem a capacidade de exportação da indústria nacional;

(5) aumenta as desigualdades regionais, ao gerar rendas que serão apropriadas por uma indústria concentrada nos estados mais ricos;

(6) quebra compromissos internacionais a que nos submetemos no âmbito de acordos comerciais (WTO) e fóruns internacionais (G20), o que nos expõe a retaliações e ridiculariza as promessas feitas pelo ex-presidente Lula durante os meses mais graves da crise financeira internacional;

(7) por outro lado, existe um silver lining: com carros mais caros, podemos contar com uma redução marginal na congestão de nossas cidades.

E aí me vem a gringada da imprensa internacional dizer que a presidente quer governar com uma ‘tecnoburocracia’. Faltando um “r” talvez?


Bons tempos aqueles?



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