Manias, pânicos e quebras
Economia

Manias, pânicos e quebras


Em artigo publicado na edição de 1 de março do Valor Econômico, Aquiles Mosca explica as fortes oscilações que estão ocorrendo nos mercados de ações, mundo afora:
"Na semana passada, observamos um mercado financeiro global à beira do pânico, apesar de não ter havido alteração nos fundamentos que justificaram a alta sustentada ocorrida recentemente nos principais mercados de ativos de risco. Como se explica, então, o nervosismo e a queda?
Basicamente, o que observamos em momentos como esse - no qual há um evento extremamente raro e inesperado afetando o mercado -, é uma tendência à maioria dos agentes de inferir que a queda (realização) tende a continuar. Isso nada mais é do que tentar prever o futuro com base no passado, a chamada representatividade na teoria financeira comportamental.
Esse fator é acentuado pela ampla divulgação feita pela mídia sobre os estragos sofridos pelo mercado. A disseminação de um fato raro, porém amplamente divulgado, recebe a denominação de saliência e é o principal combustível para o contágio de outros mercados não diretamente relacionados às notícias negativas originais.
O ingrediente final para alimentar a realização refere-se à necessidade que os agentes têm de agir em conformidade com o grupo onde estão inseridos (se todos estão vendendo, tendemos também a vender). Errar em companhia da maioria é menos estressante. Já conviver com as consequências de um erro em virtude de um posicionamento oposto ao do grupo é um constrangimento que a maioria evita. Esse é o principal combustível do efeito manada, que tende a acentuar o efeito contágio.
Se há indícios de que um movimento de manada formou-se com base em um fato raro porém de ampla divulgação (saliência) e esse efeito magnificou a tendência natural que temos a inferir que o passado recente continuará se repetindo (representatividade), o melhor que um investidor que acredita na solidez do cenário pode fazer é assumir novas e maiores posições em ativos de risco. Mas agir de tal forma resultará em enorme desconforto, uma vez que a possibilidade de errar sozinho, ou seja, comprar ativos de risco no momento em que a manada está vendendo, pode criar um constrangimento com o qual a maioria dos gestores não está disposta a conviver, ainda que brevemente".



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