Jazz e mais coisas
Economia

Jazz e mais coisas



O Knowledge Problem, blogue de inspiração "misesiana", cita um texto do ensaio “Fallen Western Star: The Decline of San Francisco as a Literary Region”, incluído no livro de ensaios de Dana Gioia, Disappearing Ink. O objectivo é mostrar como tudo o que é bom nasce da livre actividade económica, incluindo a cultura — neste caso um movimento cultural com forte potencial económico. Creio que o texto não prova nada disso, mas como outros podem ter opinião diferente, e como eu próprio achei o texto interessante, aqui o reproduzo (em tradução minha):

«O termo massa crítica pode ser uma metáfora, mas ajuda a compreender a vida cultural. Na física nuclear, massa crítica refere-se à quantidade mínima de material fissível necessária para criar uma sustentada reacção em cadeia. Algo semelhante ocorre na cultura urbana. Uma cidade ou região necessita de uma certa massa crítica de iniciativa e oportunidades para criar uma cultura local auto-sustentada. Parte da razão é economia pura: os artistas necessitam de trabalho. A Los Angeles do pós II Guerra Mundial tinha dúzias de nightclubs e salas de dança que proporcionavam empregos para os músicos de jazz, mesmo os principiantes. Também havia trabalho abundante nos estúdios de cinema e televisão, bem como uma grande quantidade de editoras discográficas locais. Estas várias instituições forneceram a base económica para a vitalidade artística. As oportunidades de trabalho para os músicos de jazz em L.A. também criaram uma fluida cultura local que permitia aos solistas e acompanhantes mudar de clube para clube e de grupo para grupo sem problemas. Um qualquer conflito não significava o fim de uma carreira, nem músicos fracos podiam sufocar permanentemente solistas fortes. Os músicos perseguiam as oportunidades de acordo com o seu temperamento ou instinto, e criaram uma tradição viva que assinalava e desenvolvia o talento local. O resultado foi o grande movimento do jazz da West Coast dos anos 50. Dezenas de grandes músicos surgiram, aparentemente ex nihilo, das ruas de Los Angeles — Art Pepper, Chet Baker, Charles Mingus, Dexter Gordon, Hampton Hawes, Zoot Sims, and Eric Dolphy, para nomear apenas alguns. Nenhuma mente ou programa intencional poderia dar origem a este fenómeno de dimensão internacional. Nasceu naturalmente num meio dinâmico que proporcionou contexto público ao talento individual — e criou arte que era, ao mesmo tempo, local mas susceptível de ser exportada.»



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