Para o pesquisador Andrew Warner, do Fundo Monetário Internacional, ciclos de investimento baseados em gastos do governo não são sustentáveis a longo prazo
Nas faculdades de economia é comum os alunos aprenderem em suas primeiras aulas de macroeconomia que o investimento público eleva o PIB. Com essa mentalidade, inúmeros governantes justificam um aumento de gastos com base em cálculos matemáticos e estatísticas complicadas. Entretanto, segundo um estudo de um pesquisador do Fundo Monetário Internacional, não há relação entre booms econômicos e crescimento dos gastos estatais.
Andrew Warner, economista e autor do artigo em questão, afirma que os ciclos de investimento baseados em gastos do governo não são sustentáveis a longo prazo, uma vez que são sustentados, em sua maioria, por emissão de dívida e estudos técnicos pobres. Dessa forma, os custos e prazos dos projetos acabam não sendo definidos com alto grau de certeza, o que compromete a eficiência desses planos. Além disso, ainda segundo Warner, há problemas de incentivo em investimentos públicos e estes, muitas vezes, seguem os desejos de grupos de interesse.
Outro fato apontado pelo pesquisador é o efeito crowding out. Tal efeito ocorre quando o aumento dos gastos públicos possuem maior relevância na composição do PIB em detrimento do investimento privado, consumo das famílias e exportações líquidas. Em outras palavras, o crescimento dos gastos públicos faz com que os gastos privados sejam reduzidos.
Com isso, o autor do estudo concluiu que:
“Essas avaliações mostram que os investimentos públicos estão mais propensos ao sucesso se os governos não agirem como no passado, levarem a sério as questões técnicas e protegerem o processo de decisão do interesse de agentes que distorcem a alocação de investimento.”
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