O
colega Guilherme da Luz, editor do site http://www.emprestimo.org/author/guilherme-da-luz, que
trata de assuntos como Empréstimo Consignado, Empréstimo Pessoal, Seguro
Desemprego, Plano de Saúde, entre outros, escreveu este artigo especialmente
para o nosso blog.
Consumo
e satisfação - A paixão e a busca
incessante da felicidade movem a economia.
A
ambição é uma paixão. Ela é considerada positiva para os negócios, louvada por
significar atitude de constância e determinação. A busca incessante da
felicidade, empreendida pelo homem, ser insatisfeito por natureza, é um
mecanismo que vem sendo cada vez mais explorado pela mídia e pelos
profissionais da publicidade, que sabem atiçar a sede por prazer e novidades,
que nunca se extingue no consumidor. Se o dinheiro não existe, sugere-se um empréstimo ou financiamento!
O
consumidor busca a satisfação na sua vida pessoal, mas quer ver resultados
satisfatórios também na vida pública. Os índices de popularidade do governo são
bons exemplos disso. O consumidor se manifesta sobre a política de juros, o
peso dos impostos, a perspectiva de inflação ou as políticas econômicas. A
opinião dos consumidores e cidadãos pode ser medida pelos índices mais baixos
ou mais altos na popularidade do governo.
Muitas
vezes o desejo de manifestar ao mundo, aos amigos e a si mesmo a capacidade
para expressar convicções acerca de alguma questão pública é o que sustenta o
indivíduo a participar diretamente das decisões coletivas e políticas. A mesma
paixão com que o indivíduo trata seus interesses privados pode motivar seu
interesse pela participação na vida pública. Sua energia pode ser canalizada
para temas que lhe tragam satisfação e vitalidade. Até mesmo a decepção é
importante para o comportamento, movendo os cidadãos a se integrarem a
objetivos coletivos, deixando de lado seu egoísmo.
Existem
momentos em que o esforço pelo bem estar coletivo, movido pela paixão, confere
um prazer que por si só justifica a luta. Essa “luta” é o esforço para alcançar
o objetivo, apesar do sucesso em nenhum momento estar assegurado. Na vida
pública, por vários motivos, parece que a própria participação é mais atrativa
do que os objetivos a serem alcançados. Seja por vaidade, pela busca da
compensação de frustrações na vida privada, ou pelo reconhecimento que o poder
confere, o fato de estar em evidência e “lutando” parece trazer felicidade e
gratificação. Os esforços em prol da felicidade pública associam-se a uma
considerável realização.
A
maior parte das pessoas cresce com a sensação de que a realidade existente não
pode ser mudada ou que cada um é impotente para fazer ocorrer essa mudança. A
percepção de que é possível agir para mudar a sociedade ou melhorá-la e a
oportunidade de união com outras pessoas que pensam de forma semelhante é
agradável e atrativa. Não é necessário nem mesmo que a sociedade seja mudada em
curto prazo, basta agir como se isso fosse possível. Muitas vezes os esforços
ou a luta para alcançar os benefícios podem frequentemente passar a serem
vistos como parte dos próprios benefícios da ação.
O
problema é que os bens coletivos podem ser aproveitados por todos e muitos
acomodados e conformistas aproveitam a carona de outros, que se empenham
tomando iniciativas. Muita gente se comporta com indiferença, esperando que
outros trabalhem. Quantas vezes vemos que o interesse em participar só aumenta
quando se oferecem brindes, prêmios, descontos especiais, incentivos como
assistência jurídica, auxílio moradia ou planos de saúde.
Como
poderíamos interpretar o interesse em trabalhar para conseguir bens que
beneficiam a todos, sem que haja retorno material imediato? Do ponto de vistaeconômico,
um indivíduo somente fará sacrifícios, com gasto de tempo e dinheiro quando
pode usufruir de benefícios diretos em um grupo. Se isso fosse verdade,
dificilmente um cidadão, em algum momento, se dedicaria à vida pública sem
obter privilégios pessoais com essa atividade. Para a mentalidade empresarial e
capitalista, é difícil entender como os resultados podem não ser a gratificação
que o indivíduo busca, e que a felicidade pode estar no esforço empregado para
alcançá-los, ou na soma desses fatores.