O Economist diz que o mundo está cansado da globalização, apesar da liberalização do comércio e outras formas de abertura serem mais necessárias do que nunca. E os sintomas não surgem apenas dos movimentos alternativos: no próprio Senado norte-americano existem propostas para tentar limitar o acesso da China aos mercados. A mais antiga revista do mundo está pessimista quanto à próxima cimeira da OMC, em Hong Kong [1]. |
«Frederic Bastiat, que era a mais estranha das criaturas, e um economista defensor do livre mercado, escreveu para este jornal em 1846 [2] exprimindo uma esperança nobre e romântica: "Oxalá que em breve todas as nações derrubem as barreiras que as separam". Estas palavras ecoaram 125 anos mais tarde na voz de John Lenon, que não era economista mas antes um capitalista global de sucesso: "imaginem que não existem países". Tal como ele salientou na canção, não é difícil de conseguir. Mas apesar da espectacular elevação dos padrões de vida que ocorreu à medida que as barreiras entre nações iam caindo, e apesar da fuga à pobreza de centenas de milhões de pessoas naquelas zonas que se juntaram à economia global, ainda é difícil convencer o público e os políticos do mérito da abertura. E agora, uma vez mais, está-se a formar uma nova fila para denunciar a abertura - isto é, a globalização. E está a colocar em risco o próximo grande avanço na liberalização comercial e a próxima grande redução da pobreza nos países em desenvolvimento.»
[1] - A 6ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio terá lugar em Honk Kong nos próximos dias 13 a 18 de Dezembro. [2] - A revista Economist foi fundada em 1843, advogando desde o seu início a liberdade de comércio e combatendo as "corn laws" - impostos sobre a importação de cereais para a Inglaterra, alegadamente para proteger a produção nacional. |