Câmbio e juros
Economia

Câmbio e juros


Assustou muito o anúncio de queda do PIB trimestral em cerca de 1,2%. Novamente, o coro da ala “desenvolvimentista” do governo se debate contra as políticas econômicas de Palocci. Rouseff, da Casa Civil, já se manifestara pouco tempo atrás. Agora, há as declarações de Furlan, da Indústria e Comércio, e de Mantega, do BNDES. As críticas desse pessoal estão, ao menos ultimamente, focadas em dois preços-chave da economia, a saber: a taxa de câmbio e a taxa de juros.

A taxa de câmbio valorizou-se continuamente. Estamos num patamar em torno de R$ 2,20, o que prejudica bastante a manutenção da renda das exportações. É sob o pretexto da concorrência com os chineses favorecidos pelo câmbio, por exemplo, que o diretor da Azaléia e ex-governador Antônio Britto anunciou o encerramento de suas atividades em São Sebastião do Caí. O problema do câmbio é muito sério para os exportadores: forte instabilidade cambial de curto prazo prejudica o fechamento de contratos. O governo deve intervir no câmbio?

A taxa de juros é outro ponto. O mainstream afirma que devemos separar fenômenos de curto prazo dos de longo prazo. O que é necessário para um crescimento sustentado no longo do tempo é a elevação do chamado PIB potencial, ou seja, aumento de produtividade (fatores reais). Considero ingenuidade, pelo menos por enquanto, pensar que longo prazo é apenas a soma dos curtos-prazos. Entretanto, não acredito que curto prazo nada tenha a ver com o longo prazo. Estarei indeciso e inconsistente teoricamente? Pode ser. Acredito que as taxas de juros poderiam baixar um pouco mais rapidamente, ao menos para não ficarmos abaixo do PIB potencial.

É necessário, na minha opinião, uma redução um pouco mais acelerada da taxa de juros e alguma intervenção no câmbio, para que este tenha alguma estabilidade. Contudo, surpreende o fôlego das exportações brasileiras. Provavelmente, essas medidas mais expansivas devem ocorrer ano que vem: um ciclo político na variável PIB deve vir por aí.

PS: Não vou entrar aqui em superávit primário: é um assunto deveras complicado. Até porque alguns dizem que não houve diminuição de gastos, mas aumento de tributação para manter o superávit. Já outros dizem que não temos mais infra-estrutura devido a isso... Enfim...



loading...

- Taxa De Juros E Taxa De Câmbio
Da coluna de Alexandre Schwartzman, na Folha de São Paulo: "Nos últimos 18 meses, a diferença entre as taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos caiu de 15% ao ano para cerca de 7% ao ano". "Estimando um modelo que explica a taxa de câmbio em...

- É O Novo-desenvolvimentismo?
José Luis Oreiro, professor do departamento de Economia da Universidade de Brasília, hoje no VALOR ECONÔMICO.   O novo-desenvolvimentismo é definido como um conjunto de propostas de reformas institucionais e de políticas econômicas por...

- Política Fiscal, Taxa De Juros E Taxa De Câmbio
Sérgio Werlang explica, em sua coluna no Valor Economico, porque a política fiscal atualmente praticada pelo governo brasileiro leva a aumento da taxa de juros e valorização da taxa de câmbio: "Diz-se que a política fiscal no Brasil é austera,...

- Taxa De Juros E Taxa De Câmbio
Da coluna de Alexandre Schwartzman, na Folha de São Paulo: "Nos últimos 18 meses, a diferença entre as taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos caiu de 15% ao ano para cerca de 7% ao ano". "Estimando um modelo que explica a taxa de câmbio em...

- O Banco Central Deve Perseguir Políticas De Crescimento Econômico?
O leitor Marcelo Korez me pede para comentar a reportagem deste link aqui, que diz que o Banco Central deve elaborar políticas para estimular crescimento econômico. Segundo a reportagem, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou um...



Economia








.