Autor(es): André Nassif |
Valor Econômico - 12/07/2013 |
Entre 1980 e 2010, a economia brasileira exibiu taxas de crescimento médias anuais de apenas 2,3%, bem abaixo dos 6,7% revelados pelos demais países dos Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul) e até mesmo dos 2,7% mostrados pela economia mundial. No último biênio, os resultados continuaram medíocres: as taxas de crescimento do PIB real foram de 2,7% e 0,9% em 2011 e 2012, respectivamente. Os dados recentes sobre a produção industrial continuam a desapontar os analistas, já que o PIB do primeiro trimestre de 2013 avançou apenas 1,9% na comparação com o mesmo trimestre anterior e a produção industrial de maio deste ano em relação a abril teve variação negativa de 2%, resultado pior do que o esperado por grande parte das instituições de mercado. Com tais indicadores, não restam mais dúvidas de que a economia brasileira se encontra num terrível processo de estagnação.
Para reverter esse processo, cabe indagar a respeito de suas causas prováveis. Nas análises dos especialistas divulgadas recorrentemente pela imprensa, não faltam diagnósticos que relacionam as baixas taxas de crescimento à debilidade da infraestrutura física e logística, aos baixos níveis de educação e treinamento da mão de obra, entre outros fatores. Estes, por sua vez, seriam responsáveis pelas taxas de variação praticamente nulas da produtividade do trabalho (especialmente na indústria de transformação). Em outras palavras, se a fraca performance da economia brasileira está atrelada às baixíssimas taxas de incremento da produtividade, os analistas sugerem, num raciocínio circular, que o governo adote mecanismos de política econômica para fomentá-la, o que rebate novamente na melhora da infraestrutura, dos níveis de educação, e assim por diante.Mais |