Cristiano Romero |
Valor Econômico - 11/04/2012 |
A oferta de crédito para sustentar o crescimento econômico a qualquer custo está na raiz da severa crise que vem assolando as economias avançadas desde 2007 e que lançou o mundo num período de baixo crescimento e grande incerteza. No Brasil, o aumento do crédito subsidiado tem sido, desde 2008, uma das principais linhas de defesa adotadas pelo governo contra a crise. Não há sinal ainda de prejuízos, mas, como alerta o ex-presidente do Banco Central (BC) Armínio Fraga, o erário vem perdendo no fluxo, uma vez que o Tesouro Nacional capta recursos à taxa Selic (hoje, em 9,75% ao ano) e os empresta ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) recebendo em troca a TJLP, taxa inferior à Selic. O BNDES, por sua vez, oferece os recursos a empresas em pelo menos uma de suas linhas - a do PSI (Programa de Sustentação do Investimento) - a juro quase negativo (inferior à inflação). Dados do BC mostram que, até fevereiro, o Tesouro tinha crédito de R$ 311,8 bilhões junto ao BNDES, o equivalente a 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Mais R$ 45 bilhões estão a caminho, conforme anúncio feito semana passada. A operação é engenhosa porque o Tesouro se endivida no mercado para levantar o dinheiro, mas ganha um ativo (o crédito junto ao BNDES), zerando o endividamento em termos líquidos. Mais |