Economia
As Redes Sociais
Longe dos filmes pouco recomendáveis da situação orçamental do País, o mês de Novembro assistiu à estreia no cinema de uma das obras de referência do final de 2010: A Rede Social, de David Fincher.
O filme centra-se na história do aparecimento da mais importante rede social – o Facebook – e nos pormenores que envolveram a sua criação e afirmação, por iniciativa do jovem estudante de Harvard Mark Zuckerberg, hoje um dos grandes bilionários mundiais.
Não se pretendendo transformar este espaço numa crítica de cinema, nem muito menos proceder à análise sociológica ou tecnológica deste fenómeno, esta referência serve como indicador adicional da relevância que esta temática hoje tem nas sociedades desenvolvidas, em complemento à constatação de que o dito Facebook reúne 500 milhões de pessoas de 207 países.
Deixo-lhe uma outra pequena demonstração do potencial destas redes sociais que, além de disponibilizarem diversas funcionalidades aos seus utentes são já hoje muito mais que pontos de contacto entre pessoas conhecidas e “amigos” da vida real, sendo utilizadas para a disseminação de mensagens de cariz político ou social, para a divulgação de eventos culturais, para a afirmação de movimentos cívicos e, já aqui voltaremos, para todo o tipo de acções promocionais por empresas e particulares.
Na passada Segunda-feira à noite recebi um dos muitos convites sui-generis com que somos diariamente confrontados nestes espaços virtuais: um amigo desafiava-me a substituir a foto do meu perfil na Rede por uma imagem de uma banda desenhada da minha infância com que me pudesse identificar, a manter durante o presente mês de Novembro.
A iniciativa que, como sempre acontece, partira de um internauta anónimo, estava já centralizada num grupo que contava com cerca de 10.000 aderentes e tinha pendente a resposta de cerca de 100.000 outros membros da rede.
Depois de muitas Heidis, Anitas, Mafaldas, Princesas Disney, She-ras, Minies e diversos Calvins, Tom Sawyers, Topo Gigios, Marcos, Cebolinhas, Marretas, etc. se juntarem progressivamente ao meu Dartacão, os dados a meio da tarde de Quarta-feira eram elucidativos: 120.000 confirmações, mais de 1 milhão de convites pendentes.
Obviamente, não há, em qualquer outro suporte e em tão pouco espaço de tempo, a capacidade de interagir de forma activa com um quasi-ilimitado leque de destinatários como aqui acontece.
A esta luz, percebe-se que este fenómeno não poderia ficar à margem de uma lógica fortemente comercial, não apenas dos criadores e gestores da Rede, mas sobretudo por parte dos vários utilizadores, nomeadamente de cariz empresarial.
Há, pois, duas questões que se colocam de forma particular e para as quais não parece haver uma resposta incontestável: pode uma empresa manter-se à margem destes novos canais de comunicação com os seus clientes, actuais e potenciais? Deve uma empresa centrar as suas acções de Marketing nestes canais e abandonar os suportes tradicionais?
A resposta a ambas as questões não foge da tradicional discussão em torno dos recursos disponíveis para investir na área do marketing por parte de cada empresa e sua alocação entre os diferentes suportes comunicacionais, em função dos respectivos custos e benefícios e das estratégias que a empresa pretenda prosseguir.
Ainda assim, parece ser demasiado tentador o ter acesso, a tão baixo custo, a um tão vasto leque de interlocutores (e, logo, clientes potenciais) para que a empresa, qualquer empresa, possa passar à margem da realidade das Redes Sociais.
Há, porém, um aspecto muito importante a salvaguardar. Por mais simples e económico que possa parecer, o aproveitamento destas redes sociais é extremamente exigente, carecendo de abordagens consistentes, criativas e alicerçadas em mecanismos de captação e fidelização do interesse dos públicos-alvo.
Mais do que criar uma “conta” ou uma “página” para promoção da empresa, dos seus produtos ou serviços, a empresa tem que transformar essa informação em valor acrescentado para os seus destinatários, alicerçando-a em conteúdos bem construídos e dirigidos para os objectivos a atingir.
A não ser assim, mais vale manter-se fora das Redes Sociais… enquanto puder!
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