Economia
A restrição externa
Na conferência que ontem o IDEFF realizou na Faculdade de Direito de Lisboa se houve um ponto comum à generalidade das intervenções da parte da tarde foi o realçar da restrição financeira externa.
Neste contexto, realço em particular a intervenção do Prof. Silva Lopes que referiu que segundo com base nos cenários do PEC IV ajustados com as projecções do Banco de Portugal o financiamento externo líquido adicional que será necessário obter entre 2011 a 2014 ascenderá a 53 mil milhões de euros. O que corresponde a cerca de 30% do PIB de 2010 e num cenário de crescimento anémico do PIB a preços constantes (apenas 0,8% em 4 anos) implicaria uma deterioração muito significativa da posição de investimento líquida que no final de 2010 ascendia a cerca de 108,5% do PIB. O que significa que (como já alertamos aqui logo a propósito do PEC I) os cenários assentam num pressuposto que parece muito pouco realista numa altura em que, como foi reconhecido por vários dos intervenientes, o financiamento externo seja ao Estado seja ao sistema bancário português é difícil e caro.
A intervenção do Prof. Silva Lopes teve ainda o mérito de avançar com propostas para reduzir as necessidades de financiamento externo que passam pela repressão da procura interna (através da austeridade que segundo o Prof. Miguel Cadilhe será a única saída, se ainda a houver), mas também da recomposição dessa procura interna evitando as importações através de medidas como o aumento dos impostos especiais (e.g. sobre os combustíveis e os automóveis) e/ou a tributação do crédito ao consumo.
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