Economia
Evolução do PIB em Portugal - 2.º Trimestre de 2012
Os dados hoje divulgados pelo INE confirmam que no segundo trimestre de 2012, o PIB a preços constantes terá ficado 3,3% abaixo do valor registado no mesmo período de 2011 e 1,2% abaixo do verificado no período anterior (o que corresponde a uma taxa de variação anualizada de -4,6%).
Esta evolução negativa resultou de uma taxa de variação homologa (tvh) de -7,6% da procura interna, que registou quebras expressivas em todas as suas componentes. Com efeito, o consumo das famílias registou uma tvh de -5,9%, enquanto que o consumo das administrações públicas e o investimento registaram tvh de -3,9% e -18,7% respetivamente.
Pelo contrário, a procura externa teve um contributo positivo com as exportações a registarem uma tvh de 4,3% (o que representa ainda assim um abrandamento face aos valores verificados nos trimestres anteriores) e as importações a registarem uma redução homologa de 8,1%.
O que se traduziu numa evolução muito positiva do saldo externo que registou neste segundo trimestre um défice de apenas 81,9 milhões de euros (que compara com 2072,5 milhões verificados no segundo trimestre de 2011). E contribuiu para uma redução muito substancial das necessidades de financiamento no exterior que no conjunto dos últimos 4 trimestres ascenderam a apenas cerca de 2,2% do PIB (o que corresponde ao valor mais baixo desde 1996).
Uma parte significativa do ajustamento externo está, no entanto, a ser efetuada através da redução do investimento que no segundo trimestre correspondeu a apenas 16,4% do PIB. Este resultado corresponde ao valor mais baixo desde pelo menos 1995 e reflete as quedas muito significativas no investimento em construção (tvh de -20,1%) e equipamento de transporte (-31,0%), mas também na componente de outras máquinas e equipamentos (tvh de -7,7%, o que representa um ligeiro agravamento face ao trimestre anterior), componente que apresenta uma queda acumulada superior a 28% face aos valores registados em 2008.
Finalmente, saliente-se que o volume de emprego por conta de outrem registou uma redução de 4,6% face ao segundo trimestre de 2011 (um agravamento significativo face ao valor registado no trimestre anterior), situando-se no valor mais baixo desde o segundo trimestre de 1999. E que a redução acumulada de postos de trabalho desde o segundo trimestre de 2008 ascende já a um total de cerca de 469,2 milhares.
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