A entrevista de José Sócrates
Economia

A entrevista de José Sócrates


A entrevista do primeiro-ministro à SIC.

Sem novidades. Ou antes, o primeiro-ministro falou das reformas que agora o concentram, a saúde e a educação.

Mantém uma perspectiva optimista quanto ao crescimento da economia que é traída na resposta à possibilidade de descida de impostos. Aí diz que tudo depende da evolução do défice e da economia. A dúvida quanto ao futuro próximo sempre existe, revelando receios de que este último ano e meio de legislatura possa não correr conforme o planeado por causa da crise internacional.

Eis o resumo possível:

O desemprego:

"O desemprego é o problema social mais importante que o país tem".

Crescimento:
Como será possível crescer 3% no final da legislatura, pergunta Ricardo Costa. José Sócrates começa por dizer que herdou um problema de fraco crescimento, défice público e desemprego.
"Em 2007 o défice será inferiro a 3% mas ainda não tenho o número exacto, crescimento foi de 1,9% e criámos 94 mil empregos. Não é legítimo comparar o nosso crescimento com os outros, porque Portugal tinha um problema orçamental. Se não tivesse de reduzir despesa pública podia crescer 2,5%... O sector privado cresceu 2,5%".

Impostos
"É precipitado e irresponsável reduzir impostos sem conhecer a execução orçamental de 2007 e deste ano e sem saber o comportamento da economia deste ano".

Abusos do fisco
"Não acho que existam mais abusos que no passado. Há mais contencioso. Há mais gente a pagar impostos (...) Aumentar a eficiência fiscal é bom para a justiça social."

Certificados de Aforro
"Criámos uma nova série com novas condições. Também não podemos exigir que o Estado pague juros a mais, porque isso é pago pelos contribuintes".

A economia mudou
"Exportações com maior nível tecnológico, para novos mercados e há mais exportações. A balança tecnológica em 2007 é pela primeira vez positiva.
Regressou o investimento
Os nossos sectores tradicionais, calçado e têxtil estavam a perder competitividade. Mas o calçado recuperou".

Banca
"Já tínhamos convidado Santos Ferreira para continuar. Mas não somos donos das pessoas. O que dissémos foi para não levar todas as pessoas da administração.
Não aconselhei Armando Vara [a ir para o BCP]. Fiquei impressionado por nenhum accionista do BCP ter desmentido a intervenção do Governo. Nunca falei com nenhum deles . Ou antes, falei com o BPI quando me veio informar da fusão com o BCP. "

Sonangol em grandes empresas portuguesas
"Angola é um destino estratégico para as nossas empresas. Se a Sonangol quer ser accionista das nossas empresas é benéfico para os dois países. Nós queremos investimento."

Educação
"O sistema mais injusto para os pais, alunos e professores é não existir avaliação, aquilo que aconteceu nos últimos 30 anos".
"O mais importante que fizémos nas escolas foi aumentar os cursos profissionalizantes"
"Entre 1995 e 2005 a educação gastou o dobro com aumento de professores, diminuição de alunos e os mesmos resultados. Nestes dois anos, há o mesmo dinhero, menos professores, mais alunos e mais sucesso escolar".
Saúde
"A mudança foi feita em nome das reformas que o ministro iniciou porque as condições deterioraram-se muito. Foi esta a conclusão a que chegámos os dois. Quero elogiá-lo."
"As reformas são: melhor gestão, cortar no desperdício, e o anterior ministro foi o primeiro a cumprir o orçamento, a segunda é melhorar os cuidados primários de saúde e por isso se criaram as unidadesde saúde familiar. Existem 105 o que significa que 105 mil pessoas passaram a ter médicos família Se for a Torres Vedras verá que isso [as filas para as consultas] acabou."
Encerramento de urgências? "O nosso objectivo é melhorar antes de fechar. Aprendemos com o que fizémos. (...)"
Aeroporto e nova ponte
"Falei na Chelas Barreiro para sublinhar o parecer ténico no sentido de uma ponte ferroviária e rodoviária. Depois disso houve quem apresentasse outras alternativas e por isso achei que devíamos comparar".

Os projectos assinados por Sócrates
"Todos os projectos são da minha autoria e responsabilidade."
Quanto ao papel de Belmiro de Azevedo e do Público "Não faço processos de intenção"

Vai recandidatar-se?
"É cedo para falarmos nisso. No próximo Congresso o PS deve escolher o próximo candidato."



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