A Economia Verde (agora sim)
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A Economia Verde (agora sim)


Agora sim a Economia. Os efeitos dos gastos direcionados à propaganda verde nas finanças das empresas.

Tudo é um problema de escassez. As empresas não detêm um montante infinito de recursos, logo, elas usufruem de sua lucratividade para poder gerir futuros investimentos e devem deixar de alocar recursos em determinada área para alocar em outras. Quem determina os gastos é a própria empresa, sua equipe de diretores. Geralmente, alguma determinação exógena, compulsória, tende a distorcer essas escolhas fazendo com que haja uma destinação de recursos a áreas inicialmente classificadas como menos (ou nada) importantes para dada empresa. O imposto serve de exemplo. Não sou contra tributação, é preciso deixar claro, mas ele faz com que os recursos que antes iriam para contratação de novos empregados, um dos casos, acabem indo para o governo.

O problema da vez, como é de esperar, visto que os últimos comentários do blog foram relativos ao senso comum, é sobre o “dever” de agir de acordo com o “exigido” pela população. O sistema capitalista não criou, mas aprimorou a necessidade de um ofertante ser completamente dependente de um demandante. Sendo assim, uma empresa nesse sistema só vigora, e se sustenta ao longo do tempo, se e somente se a mesma satisfizer as necessidades dos clientes. O que torna inquestionável dizer que essa dependência faz com que não haja a relação de exploração que se diz, pelo lado dos defensores do regime socialista, dos empresários sobre os trabalhadores, visto que agora o empresário está submetido à boa vontade do trabalhador (cliente). É fácil levar uma empresa à falência, é só deixar de comprar os produtos produzidos por ela. Se a empresa vigora é porque ela tem mercado, e não tem porque dizer que há essa exploração.

Resta agora analisar o que é demandado pela população para podermos avaliar os efeitos nas finanças das empresas, como sugerido. A situação atual é a seguinte: para a sustentação da empresa tem de haver gasto com melhoria do ecossistema terrestre, seja via gestos corriqueiros - usando papel reciclado, fazendo coleta de matérias recicláveis e os separando - ou então políticas propriamente ditas - como reflorestamento ou doação de recursos para algum órgão, entidade ou empresa que faça esse tipo de ação. Isso vem se agravando ao longo de tempo de tal forma que hoje se tornou uma obrigação obter o “selo verde”.

Não precisamos ir muito longe, há 10 anos atrás, quem imaginaria um banco comercial fazendo propaganda de sustentabilidade? Pois o Bradesco, Itaú, Santander, Real, todos os bancos estão adotando essas políticas de investimento em publicidade que ligue o nome da empresa ao “selo verde”. As empresas, bancos, todos nós, podemos agir de acordo com a melhoria do ambiente. Eu sou a favor disso. É um benefício que fazemos a todos ao nosso redor inclusive, pois de cada um de nós depende a saúde do nosso vizinho. A dengue ilustra isso. Eu dependo do meu vizinho limpar seus pneus velhos.

Neste meio tempo de post preparado e postagem (os 3 estavam prontos quando mandei o primeiro ao ar), novos fatos aconteceram. Primeiro, na revista Exame que eu lia e vi uma reportagem da Johnny Walker, adivinhem de qual deles? Green Label! Com o slogan: Quem pensa no futuro pensa verde e um desenho de um Pau-Brasil no centro. É a “personificação” do que eu vinha dizendo. Eu, particularmente, nunca tinha visto uma propaganda sequer do Green Label, somente dos outros ou as clássicas Keep walking.

Outro fato que desconhecia era a situação das refinarias nos Estados Unidos. Num cenário de demanda crescente por gasolina, o número de refinarias deve aumentar ou então deve ser acaba a capacidade ociosa anterior, tornando-as eficientes hoje. Acontece que desde 1976 não é aberta uma refinaria sequer e as que existem estão com capacidade máxima de utilização. O problema é que a demanda é crescente e á está sendo feito o processo de importação de mais de 10% de toda a gasolina consumida no país. A burocracia devido a essas preocupações ambientais estão causando um mal enorme ao setor, como mostra o trecho do comentário de hoje do Mark Perry:

Consider the example of Arizona Clean Fuels, which has been trying to build a small refinery outside Yuma for almost 10 years. It took five years just to get air-quality permits. Now they hope to be operational in 2010, 15 years after they started the project.

The opposition to building new refineries ignores the dramatic technological improvements that have been made since an oil refinery was last constructed here in 1976. New, clean refineries emit far less pollution than older refineries, with new scrubbers and design changes that dramatically reduce sulfur and other emissions. And at the same time our ability to model and map emission characteristics and distribution lets us choose the best locations for new facilities – where they will have the least possible impact on people and the environment.

Resumidamente, estão impedindo algo novo e bom para a sociedade, sem um motive razoável. Se as novas refinarias emitem menos poluentes que as antigas (agora elas estão adaptadas e tem que ser levado em conta o avanço tecnológico) por que impedir? São 15 anos de espera para abrir uma pequena refinaria. Realmente, o caso é pior do que eu imagina.




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