Economia
2011 se encerra.. que venha um ano melhor
Texto de autoria de Fábio Biral da Miura Investimentos
Apesar de muitas pessoas ainda estarem trabalhando, a Bolsa de Valores, junto com os bancos, já encerrou suas atividades. Dia 29 de dezembro foi o último pregão do ano e, como toda a semana, teve um volume muito abaixo da média anual. Os investidores aproveitaram o fim do ano para tirar as merecidas férias e esquecer o mau desempenho apresentado pelas ações.
A crise européia foi o foco das atenções durante todo o ano, além do baixo desempenho econômico americano e o medo de que a China freasse seu ritmo de crescimento. O primeiro semestre foi o mais grave, pelo fato de tudo ter acontecido de forma inesperada para os investidores. O medo de que houvesse o mesmo cenário de 2008 ou ainda pior, fez com que as bolsas do mundo todo sofressem com a especulação. No Brasil, esse período foi agravado, pelo temor de um aumento da inflação. Agosto foi o auge e, ao mesmo tempo, o final do movimento especulativo. O perigo quase iminente de que a Grécia daria calote em seus credores, trouxe consigo a maior queda do ano na Bolsa. Porém, em poucos dias isso foi contornado e o investidor assimilou que o mundo passava por um momento ruim e aceitou os esforços tomados para tentar resolver o problema. Desde então, nada de concreto mudou.
O cenário exposto deu o tom negativo para o Ibovespa. O índice encerrou as atividades acumulando queda de quase 19% no ano, segundo pior desempenho desde a implementação do Real, perdendo apenas para o ano de 2008. O primeiro semestre concentrou a maior parte dessa queda, com resultado próximo dos 15%. Agosto, apesar de ter atingido 20% de queda, fechou apenas perdendo 3%. No último trimestre, o índice oscilou entre os 55 e os 60 mil pontos, com baixo volume na maior parte do tempo. O fraco desempenho na reta final reflete os temores do investidor quanto ao futuro, mas ao mesmo tempo demonstra que o pânico já passou.
Para 2012 as opiniões ainda divergem muito. Alguns analistas prevêem a continuidade do mau momento, mas a maioria vê com bons olhos o próximo ano, principalmente para o Brasil. O problema com a inflação deve ser naturalmente contornado, pelo próprio desempenho econômico mundial, que deve ser fraco; A proximidade com os eventos esportivos no país pode trazer bons frutos, principalmente para a construção civil; O baixo nível de desemprego e aumento da renda, somados a tendência de queda da taxa de juros pode dar continuidade ao crescente consumo do brasileiro. Além do lado fundamentalista, os preços das ações estão muito descontados em relação ao começo do ano, o que pode e deve ser um atrativo para os investidores. O mercado ainda tem fresco na memória o desempenho de 2009 (pós crise), quando o Ibovespa subiu próximo de 80%, em um ano em que poucas pessoas esperavam uma melhora da crise. Particularmente, acredito em um começo de ano instável, mas em um bom desempenho no final.
A equipe Miura deseja a todos os leitores um feliz ano novo e bons investimentos para 2012!
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