Economia


Plebiscito

Bem, aí vem a discussão se devemos votar contra ou a favor do porte de armas. E então?
Primeiro, acho interessante separar a discussão em duas.

I - A questão moral. O Estado deve proibir alguém de ter os meios de se defender? Se sim, qual é o limite? (Proibiremos as facas, também). Se não, qual é o limite (Liberaremos a compra de bazucas e explosivo plástico. Afinal, o consumidor é soberano).

II- A questão empírica. A proibição do porte reduz a criminalidade? Bem, aí, por incrível que pareça, a questão fica ainda mais complicada. O estudo básico é o de John Lott "More guns, less crime", em que o autor defende, com todo o instrumental econométrico, que a posse de armas reduz a criminalidade. Certo ou errado, o problema é que o sujeito é bastante picareta. Inventou pesquisas, se fez passar por ex-aluno de si mesmo na internet entre outras diabruras. O trabalho de Lott foi bastante criticado: econometristas encontraram resultados opostos com outros métodos e dados. Eu confesso que parei de acompanhar o debate e acho que não estou sozinho. Como costuma acontecer em questões sutis, não se chega a resultados conclusivos e as pessoas acabam cansando do assunto.

Meu ponto é que as respostas para as quesão moral e a empírica são independentes. Eu posso achar que a proibição vai reduzir a criminalidade e - mesmo assim - ser contra por princípios morais. Igualmente, eu posso achar que o Estado deve impedir a posse e, ao mesmo tempo, acreditar que não haverá redução do crime.

(Se eu votasse no plebiscito, penso que votaria a favor da proibição do porte. Mesmo sabendo que a redução da criminalidade será mínima ou ausente. É... sou incoerente. Só acho que tb deveriam estabelecer uma premiação aos policiais por arma apreendida. De outra forma, apenas o preço do suborno vai aumentar e o número de armas na rua vai continuar o mesmo)



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