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unca ninguém conseguiu repelir a lei da oferta e procura, o que não impede que os governos continuem a tentar. Em Portugal os utentes vêm-se cada vez mais confrontados com falta de medicamentos nas farmácias. Entre as explicações dadas, são a exportação dos medicamentos para mercados onde esses medicamentos obtém preços mais elevados e a baixa por decreto dos preços que por um lado desincentiva a comercialização dos medicamentos, e que por outro incentiva a sua exportação.
A solução do governo – a solução para um problema criado pela intervenção do estado é sempre mais intervenção do estado – e que deveria deixar o PCP e o BE orgulhosos passa por proibir a exportação dos medicamentos em falta, por produzir medicamentos em falta no laboratório militar e por colocar mais inspectores no terreno. O ministro da saúde entretanto já veio acusar as farmácias de “colocarem o preço acima do primeiro propósito de servir o doente“.
Muito se poderia escrever sobre isto, mas se é para fixar preços, porque é que não se colocam os medicamentos gratuitos para todos? Porque é que o ministro e todo o pessoal do ministério da saúde não trabalha gratuitamente (ou vá lá, com o salário mínimo) colocando o propósito de servir o doente acima do seu salário? Porque é que os doentes dos países para onde os medicamentos são exportados – que são seres humanos iguais a nós – não podem comprar os medicamentos exportados de portugal? Que empresa farmaceutica vai querer produzir ou comercializar medicamentos em Portugal se estiver sujeita a estes constrangimentos, quando noutro país não estará?
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