«A narrativa clássica do desenvolvimento económico - os países pobres encontram-se aprisionados em armadilhas da pobreza, para sair das quais necessitam de um Big Push envolvendo investimento crescente, que conduza a uma "descolagem" [ take-off] no rendimento per capita - foi muito influente nos debates da ajuda externa a partir dos anos 1950. Constituiu mesmo a justificação original para a ajuda externa. A narrativa perdeu credibilidade durante algum tempo mas retornou "em grande" no novo milénio. Uma vez mais está a ser invocada como base racional para grandes programas de ajuda externa. Este paper aplica testes muitos simples aos vários elementos da narrativa. A evidência a apoiar a narrativa é escassa. Armadilhas da pobreza, no sentido de crescimento zero para países de baixo rendimento, são refutadas pelos dados no período global de 1950-2001 e para a maioria dos sub-períodos. O quintil mais pobre também não apresenta crescimento negativo significativo do rácio do rendimento em relação aos países mais ricos no período 1950-2001, nem o crescimento relativo para o quintil mais baixo é significativamente diferente dos outros quintis. A alegação de que "as bem governadas naçõ;es pobres" são apanhadas em armadilhas da pobreza é rejeitada por simples regressões que controlam o rendimento inicial e a qualidade do governo. A ideia da "descolagem" também não recolhe muito apoio nos dados. As "descolagens" são raras nos dados, muito plausivelmente limitadas às histórias de sucesso na Ásia. Mesmo aí, as "descolagens" não estão associadas a ajudas, investimento ou despesas de educação, com defende a narrativa.»