Economia
Taxa de juros real no Brasil (I)
Usando um painel de 66 países no período de 1996 a 2004, Edmar Bacha, Fernando Gonçalves e Marcos Holland construíram um modelo para os determinantes da taxa real de juros incluindo as seguintes variáveis:
(1) riscos de diluição inflacionária e de calote da dívida, capturados empiricamente pela volatilidade e a aceleração da inflação
(2) tamanho da dívida pública
(3) acesso a contas em dólar pelos residentes do país
(4) controles de capitais
(5) classificação de risco do país
(6) qualidade jurisdicional
(7) renda per capita
Com base neste modelo, foi estimada a taxa real de juros para o Brasil compatível com os padrões internacionais, dadas as características de risco do país. Esta taxa de juros real "teórica" foi, então, comparada com a taxa de juros realmente praticada.
Até 1999, a taxa real de juros praticada foi dada pela taxa Selic ajustada pela inflação no ano, medida pelo IPCA. A partir de 2000, a taxa praticada correspondeu a uma inferência sobre a meta do Banco Central para a taxa de juros real, sendo esta meta definida como o menor valor entre a taxa Selic ajustada pela inflação no ano e a taxa Selic ajustada pela expectativa da inflação em dezembro do ano anterior. De acordo com os autores, essa seria uma boa regra para um banco central prudente: sempre se guiar, na fixação da taxa Selic, pelo maior valor entre a inflação observada e a inflação esperada.
Em artigo na edição de hoje do Valor Econômico, Bacha e Holland sugerem que "apesar de a taxa real estimada para o Brasil ter-se mantido entre 1996 e 2006 quase sempre no intervalo entre 5,5% e 7,5%, a taxa real praticada foi muito mais alta". O gráfico acima mostra isso.
Note-se que, dada a definição da taxa de juros praticada, quando, a partir de 2000, esta taxa supera a taxa estimada, o Banco Central está sendo ainda mais cauteloso do que o sugerido pela regra de prudência proposta ou então está praticando uma forma de gradualismo não capturada pelo modelo.
loading...
-
Absorção Doméstica E Taxa De Juros
O gráfico acima, extraído da coluna de Cristiano Romero, publicada no Valor Econômico de 19 de março, mostra a relação entre a taxa SELIC real e a variação percentual da absorção doméstica (consumo, investimento e gastos públicos), nos últimos...
-
Taxa De Juros E Taxa De Câmbio
Da coluna de Alexandre Schwartzman, na Folha de São Paulo: "Nos últimos 18 meses, a diferença entre as taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos caiu de 15% ao ano para cerca de 7% ao ano". "Estimando um modelo que explica a taxa de câmbio em...
-
Uma Idéia “muy Amiga”
A usina de más idéias não parece fechar. Seu mais recente produto é a proposta de alteração do modus operandi do Banco Central, que, ao invés de ter a inflação como meta, passaria a ajustar a política monetária com o objetivo de manter a taxa...
-
Absorção Doméstica E Taxa De Juros
O gráfico acima, extraído da coluna de Cristiano Romero, publicada no Valor Econômico de 19 de março, mostra a relação entre a taxa SELIC real e a variação percentual da absorção doméstica (consumo, investimento e gastos públicos), nos últimos...
-
Economia Internacional - Planejamento
Próxima aula: 10.06. Revisão para prova III
Temas Cap. 7 (Mankiw, Macroeconomia) e o modelo ISLMP (handout na pasta e no postagem em este blog)
Modelos:
1. A conexão entre I, S, NX e taxa de juros (r) nacional e internacional (Fig. 7.3 -7.7)
2. A conexão...
Economia