«Quando vi pela primeira vez o projecto ultra-secreto da Microsoft, estava escondido debaixo de um pano escuro. Executivos da Redmond disseram-nos que o misterioso produto mudaria os computadores para sempre. Então, afastaram o tecido com uma significativa vénia e revelou-se... uma mesa?
«O meu ignorante cepticismo inicial dissolveu-se à medida que ia vendo o que aquela peça de mobiliário conseguia fazer. Não é apenas um écrã sensitivo: é concebido para ser utilizado por várias pessoas simultaneamente, com multiplos dedos ou mesmo ambas as mãos. Consegue também identificar objectos que sejam colocados em cima e interagir com eles. Ninguém que tenha visto o filme "Relatório Minoritário" pode ignorar as semelhanças com o computador anti-crime de Tom Cruise, uma interface que lhe permitia manipular dados com um movimento da própria mão.
«Na conferência "D | All Things Digital" do Wall Street Journal na semana passada, o CEO da Microsoft, Steve Ballmer, apresentou formalmente a mesa, agora designada como 'Microsoft Surface'. Balmer descreveu-a como "um modo inteiramente novo de interagir com uma tecnologia experimental". E ele tem razão, embora não seja seguro que se imponha. Os mais avançados computadores pessoais da actualidade ainda usam o velho conceito do rato (inventado por Douglas Engelbart nos anos 1960) e teclados QWERTY (um esquema inventado por Christopher Sholes em meados dos anos 1800). Muitas das tentativas para suplantar estes vulneráveis mecanismos fracassaram. Mesmo assim, estou convencido de que a interface através do écran pode impor-se.»
"Microsoft's Touchy-Feely Table"
Harry McCracken, Slate