O estudo da predisposição dos seres humanos para correr riscos tem grande importância para a economia. Por exemplo, pensa-se que a atitude empreendedora configura, como característica individual, essa predisposição para o risco. O estudo desta característica em diferentes populações poderia, também, ajudar a explicar porque é que a prevalência do empreendedorismo varia tanto em diferentes culturas. Uma equipa de investigadores alemães realizou um novo estudo sobre os comportamentos de risco, divulgado recentemente no artigo "Individual Risk Attitudes: New Evidence from a Large, Representative, Experimentally-Validated Survey". Analisando uma amostra de 22 mil indivíduos, foram utilizadas cinco questões sobre a disposição para assumir riscos em domínios específicos: condução automóvel, assuntos financeiros, desporto e lazer, carreira, saúde. O estudo revela que a disposição para assumir riscos está negativamente relacionada com a idade e ser do sexo feminino e positivamente relacionada com a altura e com a educação dos pais. Surpreendentemente, revela também que as pessoas mais dispostas a correr riscos tendem a estar mais satisfeitas com a vida. |
«Utilizando dados num conjunto de comportamentos de risco em diferentes contextos, incluindo violações de trânsito, escolha de títulos financeiros, fumar, escolha de carreira, participação em desportos e migração, o estudo compara a capacidade predictiva de todas as medidas de risco.
O estudo revela vários factos: (1) as mulheres estão menos disposta a correr riscos do que os homens, em todas as idades; (2) o aumento da idade está associado a uma decrescente predisposição para correr riscos; (3) indivíduos mais altos estão mais dispostos a correr riscos; (4) indivíduos com pais de elevado nível educacional estão mais dispostos a correr riscos.
O comportamento favorável ao risco também desempenha um papel na escolha da carreira. Os indivíduos auto-empregados estão mais dispostos a correr riscos enquanto que os funcionários públicos são mais avessos ao risco.»