A Universidade da Califórnia realizou um estudo com os perfis dos funcionários de diversos setores da economia e diferentes classes sociais a fim de analisar se a beleza influenciava na remuneração do mesmo. Resultado: os bonitos ganham em média 12% a mais que os feios. Interessante não? Mas no relatório não diz que é por interesse ou então um chefe trata melhor uma mulher digamos, aprazível. Ele mostra que as pessoas consideradas bonitas são menos egoístas e contam mais com a ajuda dos outros. Ajuda essa que decorre do fato de que você acaba ajudando uma pessoa bonita porque você pensa que ela pode te ajudar mais.
Devemos acreditar nesses dados como se eles fossem um maná que caiu do céu? Não totalmente, creio eu. Sabemos muito bem que muita dessa ajuda advém do fato de que o homo taradus, ou seja, o típico homem do século XXI, não está muito se importando se recebe ou não ajuda maior de alguém mais bonito, é um jogo de interesses. E isso vale pra ambos os sexos, obviamente. Não que a sociedade está perdida e estamos chegando no fim dos tempos (ta, estamos quase lá). Apenas não é tão absurdo crer nessa possibilidade. O incentivo que se tem para ajudar alguém bonito pode realmente ser maior do que ajudar um feio (como sugere a pesquisa), mas o que se torna questionável é o porque disso. Poderíamos dizer também que pessoas bonitas geram externalidades positivas, você se sente mais à vontade com pessoas bonitas ao seu redor, e isso por si só, geraria um ambiente melhor de trabalho, no caso. Pessoas bonitas podem, de fato, inspirar mais confiança nesse aspecto, mas por trás disso tem muita coisa que não foi falada na pesquisa e que deixei explicitado acima. O incentivo à confiança parece ser inversamente proporcional ao peso e à intensidade de um possível susto ao se deparar com algo tremendamente bizarro.
Economicamente falando, isso me leva a usar a Teoria dos Jogos pra demonstrar mais ou menos o que significa essa opção de escolher ajudar os mais bonitos (Tabela de Pay-offs demonstra as preferências dos indivíduos, sendo 10 a sua opção de escolha, que significa que gera 10 de bem estar, e zero representa a opção descartada). Suponhamos dois indivíduos (um bonito e um feio) que podem escolher entre ajudar ou não ajudar o outro em determinado caso, fazendo suas escolhas simultaneamente. A estratégia ótima da pessoa bonita é não ajudar sempre. A estratégia da pessoa feia é sempre ajudar a bonita. Com um pouco (não precisa nem de pouco) de conhecimento do assunto vemos que o equilíbrio se dá quando o feio ajuda e o bonito não (incrível!). Mas o que isso quer dizer? Que ceteris paribus uma pessoa bonita tende a se sobressair.
PAY-OFFS
Bonito / Feio | Ajuda | Não ajuda |
Ajuda | 0, 10 | 0, 0 |
Não ajuda | (10, 10) | 10, 0 |
Solução para o problema dos feios: enriquecer os cirurgiões plásticos. Afinal, ambos sairiam ganhando, movimentando também a economia, e ainda com o efeito indireto na respectiva (futura) vida sexual.